Simon pede mobilização da sociedade no combate à corrupção




Em pronunciamento nesta segunda-feira (22), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) voltou a defender a mobilização da sociedade no combate à corrupção, tendo em vista que a classe política, segundo ele, nunca esteve "tão em baixa" em termos de credibilidade, chegando mesmo ao que ele classificou como "fundo do poço".

O senador informou que as ações contra a corrupção e a impunidade serão debatidas nesta terça-feira (23), em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). Foram convidados representantes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); Associação Brasileira de Imprensa (ABI); Universidade de Brasília (UnB); Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral; e do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil.

Em seu discurso, Pedro Simon disse que o Brasil cresceu progressivamente nos últimos anos, em um período que "começou lá com o Itamar [Franco], continuou com o Fernando Henrique, culminou com o Lula e está indo adiante com a presidente Dilma [Rousseff]. Ao mesmo tempo, lamentou, o país foi recuando em termos de seriedade na administração pública. O "fato novo", para ele, está na atuação da presidente Dilma Rousseff no combate aos focos de corrupção, que já provocou a demissão de alguns integrantes de seu governo.

Simon disse que a presidente Dilma está agindo com "categoria" e que, "ainda que algumas organizações da imprensa e setores da oposição queiram colocar Dilma contra Lula, ela tem deixado, com clareza meridiana, que está absolutamente identificada com o ex-presidente, e que não há nada em absoluto de intriga interna com o ex-presidente".

- O que há são os fatos acontecendo, e o estilo dela, que Lula respeita - afirmou.

Ao comentar a proposta de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) defendida pelo PSDB, o senador observou que a ideia não conta com o aval do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, para quem essa não seria a hora de criar comissões, mas de apoiar a luta pela moralização da coisa pública em busca do entendimento.

Simon reiterou que o mal do Brasil se chama impunidade. Ele assinalou que nos países desenvolvidos "tem tanta corrupção como aqui", observando que "a diferença é que lá se pune e aqui só se pune ladrão de galinha".

- A Justiça lá funciona para o todo poderoso. Aqui, não - lamentou, lembrando os protestos contra o uso de algemas no país, enquanto o ex-presidente do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss Kanh, envolvido em recente escândalo sexual e ex-candidato socialista ao governo francês, também foi algemado "e não se fez escândalo".

Em aparte, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) manifestou apoio a Simon e disse que a CPI proposta pela oposição deve ser criada se a presidente Dilma não levar adiante o que ela própria chamou de "faxina", ou se o movimento contra a corrupção ensaiado pela sociedade civil não for adiante.

Já o senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) disse que não é contra a CPI, mas que órgãos como a Controladoria Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU) devem responder "com mais urgência" à sociedade.



22/08/2011

Agência Senado


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