SEBASTIÃO ROCHA QUER MOBILIZAÇÃO DA SOCIEDADE PARA COMBATE À POBREZA
A mobilização da sociedade e o entusiasmo do governo devem ser os principais objetivos a serem perseguidos pela comissão especial criada para analisar todas as propostas em tramitação no Congresso Nacional que visem erradicar a pobreza no país, principalmente a proposta de emenda à constituição apresentada pelo senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). A sugestão foi feita nesta terça-feira (dia 10) pelo senador Sebastião Rocha (PDT-AP) ao defender também um plano de metas econômicas e sociais para garantir a eficácia no combate à pobreza.Rocha disse que o governo federal tem tratado questões estruturais com soluções conjunturais e que a comissão precisa estar atenta a isso, buscando ser um elemento condutor de uma grande entendimento nacional em torno do esforço de combater a pobreza. O senador acredita que as medidas propostas na PEC de Antonio Carlos Magalhães enfrentarão grandes dificuldades para serem aprovadas no Congresso Nacional. Seu ceticismo, explicou ele, baseia-se na experiência da CPMF, que teve os recursos desviados dos propósitos que a justificaram.O senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) concordou com Rocha na questão da CPMF e disse que o caos impera no Sistema Único de Saúde (SUS) "porque o governo não tem compromisso com a saúde pública no Brasil". Valadares lembrou que o país está vendo o retorno de doenças como a tuberculose, que vai atingir 90 mil pessoas este ano e matar seis mil.Tendo em vista que a miséria, a fome e a pobreza são temas urgentes e relevantes, o senador Lauro Campos (PT-DF) sugeriu que o presidente da República aproveitasse a oportunidade para editar uma Medida Provisória com o mesmo texto da PEC encaminhada por Antonio Carlos. A senadora Heloísa Helena (PT-AL) apoiou a sugestão de Lauro Campos, mas disse esperar que a PEC seja apenas uma das propostas aprovadas pelo Congresso. A senadora lembrou que o Brasil tem 47 milhões de miseráveis e que a previsão de se arrecadar R$ 8 bilhões com a proposta de ACM, significa que cada miserável terá apenas R$ 16,00 por mês. Helena acredita que este é o momento ideal para debater um novo modelo econômico para o país.Sebastião Rocha afirmou ainda que é um eterno aliado em qualquer luta pela redução da pobreza e qualquer proposta nesse sentido poderá contar sempre com seu voto. Para ele, ou o Brasil constrói um caminho para diminuir a pobreza, ou corremos o risco de ver o país dividido em vários outros países.
10/08/1999
Agência Senado
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