SIMON PROPÕE REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA CRE PARA DISCUTIR "PLANO COLÔMBIA"



Em aparte ao discurso do senador Bernardo Cabral, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) protestou nesta quinta-feira (dia 31) contra o "Plano Colômbia", como está sendo chamada a ajuda norte-americana ao governo colombiano para o combate aos narcotraficantes e às guerrilhas. Simon apelou para que o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), senador José Sarney (PMDB-AP), adie a reunião que pretende fazer neste dia e convoque uma reunião extraordinária do colegiado, para debater a questão.
Ele alertou para os perigos de que, com a presença militar dos EUA a Colômbia venha a se tornar "um novo Vietnã". Segundo Simon, antes de dar início a essa operação , o governo norte-americano despachou emissários que consultaram os governos de todos os países da região que, por sua vez, negaram-se a participar "dessa ajuda".
- Então, os Estados Unidos decidiram entrar no negócio sozinhos, misturando combate a narcotraficantes com nacionalismo. Hoje, estamos vivendo o "Dia D" desse processo. Hoje é o primeiro dia do Plano Colômbia. O problema é que ninguém sabe quando nem como isso vai acabar - protestou o senador.
Pedro Simon aplaudiu a iniciativa de Fernando Henrique por ele ter convocado a reunião que se realizará hoje e amanhã, com a participação dos 12 presidentes latino- americanos. No entanto, chamou atenção para o fato de que o presidente Bill Clinton tenha marcado uma reunião com o presidente da Colômbia, no mesmo horário que Fernando Henrique estará reunido com seus colegas, aqui em Brasília.
Para Simon, há uma possibilidade concreta dos narcotraficantes e guerrilheiros perseguidos na Colômbia fugirem para a selva brasileira. Em seguida - conforme disse - seria alegado que o Brasil não tem meios para combatê-los e estaria criada a ponte para os marines entrarem em nosso país. É isso que precisamos impedir - concluiu o senador.

31/08/2000

Agência Senado


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