SIMON VÊ APATIA DOS BRASILEIROS DIANTE DE QUESTÕES NACIONAIS



O senador Pedro Simon (PMDB-RS) expressou em Plenário nesta sexta-feira (dia 15) sua decepção em constatar, às vésperas da virada do milênio, a apatia da população quanto às perspectivas de um futuro melhor para o país. O resgate da dívida social com cerca de 40 milhões de brasileiros relegados à miséria absoluta é o caminho apontado por Simon para reverter esse desinteresse pelas questões nacionais.

"É preciso mudar a maneira de fazer política e administrar o Brasil. Pôr fim ao esquema de a elite sempre agir e o povo apenas assistir", afirmou. Embora cobre a responsabilidade de toda a sociedade pelas mudanças demandadas, Simon considera fundamental uma ação firme e concreta dos agentes políticos no combate ao desemprego, à impunidade, à exclusão social e à concentração de renda para reconquistar a confiança dos brasileiros no desenvolvimento do país.

Na opinião do senador, quando o povo sentir que está sendo beneficiado pelas mudanças, não vai se negar a contribuir para o resgate da cidadania e para a redução das desigualdades sociais. "Embora não veja um grande movimento nesse sentido, é nossa obrigação firmar o compromisso de olhar para o futuro", declarou, fazendo um apelo especial para engajamento do presidente Fernando Henrique Cardoso nesse desafio.

Pedro Simon informou já ter encaminhado suas propostas à Presidência da República, convocada a reunir a base parlamentar de apoio, partidos de oposição e entidades da sociedade civil na luta pela implementação das reformas demandadas pelo país. "2001 é o ano que FHC pode se transformar em estadista, deixando de lado as brigas políticas", desafiou.

Diante da compressão social e econômica imposta pela globalização, o senador Ricardo Santos (PSDB-ES), em aparte ao discurso de Simon, destacou a necessidade de o Brasil manter a soberania e, assim, negociar as restrições impostas pelas nações mais ricas no sentido de preservar os interesses do povo. "Certamente, esse será o desafio do governo e do Senado nos próximos anos", disse.

15/12/2000

Agência Senado


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