Marco Maciel critica apatia dos governos em relação às questões climáticas
Ao discursar nesta terça-feira (13), o senador Marco Maciel (DEM-PE) classificou de preocupante "a apatia de grande parte dos governos diante da questão climática". Para o senador, pouco foi feito desde a ECO-92 em relação ao tema, e especialistas já preveem um futuro catastrófico se, por exemplo, as emissões de gases causadores do efeito estufa não forem controladas. Ele disse esperar que o governo brasileiro leve propostas concretas para a 15ª Conferência das Partes (COP-15), que será realizada pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, de 7 a 18 de dezembro, em Copenhague, Dinamarca.
- O problema está colocado com clareza solar; vem sendo discutido há vários anos em escala global por líderes e eminentes personalidades de diferentes organismos internacionais. Mas do ponto de vista da ação política pouco ou nada se fez de efetivo, de concreto para lutar contra as mudanças climáticas. Na verdade, há razões para acreditar que as coisas pioraram, infelizmente - afirmou.
Felizmente, disse o senador, a "consciência mundial" está despertando para a importância da discussão das consequências das mudanças climáticas, e de como preveni-las. O senador assinalou que todos os países já sabem que devem participar da defesa e da reconstituição "da natureza ameaçada" e da promoção de um desenvolvimento ecologicamente correto. Entretanto, ele teme que a COP-15 resulte em fracasso, principalmente pela hesitação dos países mais ricos e industrializados de diminuírem suas emissões.
- Discute-se se os países mais industrializados estarão dispostos à doação de 300 bilhões de dólares anuais aos menos desenvolvidos para a viabilização das adaptações e monitoramentos necessários - disse.
Marco Maciel lembrou que a ONU já preparou um rascunho de propostas para serem discutidas na COP-15, que inclui forte diminuição das emissões dos Estados Unidos e do Japão e de 25% nas emissões brasileiras, chinesas e indianas. A ONU também deve propor o uso de créditos florestais, comércio de emissões, renovação tecnológica, recuperação de áreas úmidas, aperfeiçoamento do manejo do solo na agricultura e diminuição das chamadas emissões móveis (aviões, navios, carros e caminhões).
Para Marco Maciel, os governos precisam incentivar a diminuição do desmatamento, a produção de biocombustíveis e de outras energias renováveis, e ampliar a responsabilidade socioambiental, tanto dos próprios governos quanto das empresas.
- O objetivo é efetivar um sonho possível: um mundo limpo e produtivo, com desenvolvimento autossustentável e renovável. Urge desenvolver cada vez mais uma consciência ecológica, uma cultura ecológica a nível mundial, um novo tipo de cidadania, a cidadania universal, estendendo sua defesa aos direitos sociais, humanos e econômicos dos povos - afirmou Marco Maciel.
13/10/2009
Agência Senado
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