Sócio do Cruzeiro do Sul nega ter lucrado com prejuízo do Portus



Durante seu depoimento à Sub-Relatoria de Fundos de Pensão da CPI Mista dos Correios, nesta quarta-feira (8), Luiz Felipe Índio da Costa, sócio do grupo Cruzeiro do Sul, negou que a corretora do grupo tenha lucrado R$ 6,5 milhões numa operação que teria resultado em prejuízo de mesmo valor para o Portus (fundação de previdência privada dos funcionários das empresas portuárias).

O diretor financeiro do fundo de pensão, Adrei Degásperi, havia admitido, ao depor à CPI, que o Portus perdera R$ 6,5 milhões ao trocar com o Cruzeiro do Sul as ações que possuía da Energisa S.A. por títulos públicos com valor de face de R$ 15,5 milhões, masque valiam apenas R$ 9 milhões.

- Tivemos um lucro irrisório com essa operação. Repassamos os títulos ao Portus por uma quantia pouco acima do valor de compra - garantiu Índio da Costa.

Outra operação envolvendo o grupo Cruzeiro do Sul e considerada suspeita pelo sub-relator, o deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), seria a intermediação da compra demais de 6 mil títulos públicos da corretora Euro para o Refer, fundo de pensão dos funcionários da Rede Ferroviária Federal (RFFSA) e das companhias de trens urbanos. Nessa negociação, teria havido um ágio de 40% em apenas um dia. Índio da Costa disse estranhar a tamanho do ágio e prometeu esclarecer a operação com a BCSul Verax, subsidiária que foi responsável pela intermediação.

A corretora Cruzeiro do Sul - assim como a Euro - está entre aquelas que são apontadas como causadoras de prejuízos a diversos fundos de pensão nas operações financeiras realizadas com eles. Existem suspeitas de que esses prejuízos tenham sido propositais, tendo sido usados como forma de transferir recursos para o esquema de corrupção montado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza.

08/03/2006

Agência Senado


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