SP fecha fronteiras para madeira ilegal da Amazônia



“Operação Primavera” apreende 263 toneladas de madeira, em dois dias, nas fronteiras com Minas Gerais e Mato Grosso do Sul

Em dois dias de operação nas principais rodovias ao longo das fronteiras com Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, a Polícia Militar Ambiental realizou quatro apreensões num total de 263 toneladas (175 m3) de madeira com irregularidades no Documento de Origem Florestal – DOF, que autoriza o transporte desse produto. Os motoristas tiveram as cargas apreendidas e foram multados em R$ 90 mil.

A “Operação Primavera”, como foi batizada, foi realizada nos dias 18 e 19 de setembro, em oito barreiras envolvendo 90 policiais militares e técnicos da Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo (Instituto Florestal) e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas, especializados na identificação das espécies transportadas, com a ajuda de um laboratório móvel. A ação - parte do Projeto São Paulo Amigo da Amazônia, um dos 21 programas prioritários do Governo do Estado desenvolvidos pela Secretaria do Meio Ambiente - visa coibir a comercialização de madeira proveniente da região amazônica produzida ou transportada de forma ilegal.

O secretário do Meio Ambiente, Xico Graziano, que acompanhou toda a ação, explicou que o objetivo da Operação é iniciar um processo de inibição do consumo de produtos da floresta amazônica explorados ilegalmente. Com esta ação, espera-se a redução da demanda por madeira de lei, principalmente na construção civil, e o incentivo da expansão das florestas plantadas para consumo pela indústria.

Dos 142 caminhões com produtos florestais vistoriados, quatro foram autuados por transportarem madeira irregularmente. Uma das cargas apreendidas continha castanheira, espécie que tem a exploração proibida e seu corte só é autorizado em casos excepcionais, como desmatamentos para a construção de barragens, linhas de transmissão de energia, estradas e outras obras públicas. No mesmo caso, se enquadram a seringueira e o pau-rosa, enquanto a extração de mogno só é permitida em algumas regiões do Estado de Rondônia.

Medidas

A preocupação envolve também os órgãos do Estado, como a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano – CDHU, vinculada à Secretaria da Habitação, que é uma das grandes consumidoras de madeiras para a construção de casas populares. A CDHU firmou um compromisso, a ser seguido por outros órgãos, de utilizar apenas madeira legalizada.

Segundo o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, estima-se que 90% da madeira produzida na Amazônia seja ilegal, destinada principalmente para São Paulo, onde entram em média 150 caminhões por dia. A Amazônia é o segundo maior produtor mundial de madeira tropical, atrás apenas da Indonésia. O Brasil consome atualmente 24,5 milhões de m3 de madeira em tora, tendo o Pará como principal produtor com 45% do total, seguindo-se o Mato Grosso com 33% e Rondônia com 15%.

Os principais tipos de madeiras produzidas na região amazônica são o ipê, jatobá, itaúba, cumaru, roxinho, maçaranduba, garapeira, angelim vermelho, angelim pedra, cedrinho e cupiúba. 

Secretaria do Meio Ambiente

(C.C.)



09/21/2007


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