Suassuna critica demora na votação de moção de repúdio a Fidel Castro



O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) criticou nesta terça-feira (29) a demora da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) em votar a moção de repúdio e censura ao ditador cubano Fidel Castro pela condenação de 78 opositores e o fuzilamento de outras três pessoas que tentaram fugir da ilha. Ele disse que há duas semanas a CRE tenta votar a moção, mas as lideranças do governo brasileiro não deixam porque o ditador cubano -é amigo-.

O senador lembrou que na juventude tentou, com outros dois amigos, unir-se à guerrilha de Fidel Castro em Sierra Madre por acreditar que seria possível ajudar a trazer liberdade para Cuba.

- Agradeço a Deus por não ter conseguido, pois teria ajudado a opressão, os paredões e o exílio de boa parte da população cubana. Hoje vejo um sonho transformado em pesadelo para 10 milhões de cubanos que vivem sob o pé de um ditador - afirmou.

Suassuna disse que esteve em Cuba para ver o progresso anunciado por intelectuais e constatou que realmente houve algum avanço nas áreas da saúde e da educação.

- Mas, o médico também trabalha como olheiro do governo, denunciando quem falta ao trabalho e a escola, seleciona as crianças com potencial para o esporte, que são separadas e levadas para outro tipo de escola diferenciada das demais - acrescentou.

Suassuna disse ainda que os supermercados não tinham produtos para vender e que a prostituição tomava conta das ruas em Cuba na busca pelos dólares dos turistas.

O senador disse não entender porque a classe artística e a diplomacia brasileiras insistem em ignorar o que acontece em Cuba. Segundo ele, os turistas não têm contato com a população, pois freqüentam praias e restaurantes onde a entrada de cubanos é proibida.

- Minha guia era proibida se sentar-se à mesa do restaurante, mesmo sendo convidada minha - revelou.

O senador Leomar Quintanilha (PFL-TO) disse que não existe -ditador bonzinho- e que -não se pode aplaudir esse governo ditatorial do senhor Fidel Castro-. Quintanilha cumprimentou Suassuna por se juntar aos poucos senadores que se levantaram contra a ditadura cubana e apresentaram a moção de repúdio e censura.



29/04/2003

Agência Senado


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