Suassuna deve entregar defesa nesta terça-feira



O relator do processo disciplinar que investiga no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar o suposto envolvimento do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) com a máfia das ambulâncias, senador Jefferson Péres (PDT-AM), informou que Suassuna prometeu entregar na tarde desta terça-feira (19) sua defesa em relação às informações prestadas por sua ex-chefe de gabinete Mônica Mucury Teixeira. As declarações de Mônica, de que ela falsificava a assinatura do senador com o seu consentimento, constam da documentação que a Corregedoria do Senado enviou ao Conselho de Ética. Jefferson disse que vai examinar as considerações de Suassuna e que manterá a apresentação de seu relatório para esta quarta-feira (20).

Jefferson admitiu que a contestação de Suassuna pode até ser satisfatória ou mesmo neutralizar o depoimento de Mônica, mas lembrou que os documentos enviados pela Corregedoria agravam a situação do senador pela Paraíba. As considerações a serem apresentadas por Suassuna, no entanto, segundo o relator, podem fazer com que ele altere o relatório.

- Já estou nas considerações finais do relatório e até posso mudá-lo. A parte técnica do relatório, relativa a enquadramentos, está sendo feita pela minha assessoria, mas a parte conclusiva, o voto final, será redigido por meu próprio punho - contou o relator.

Jefferson Péres fez questão de dizer que trabalhou no processo sem nenhuma predisposição pela condenação ou pela absolvição do senador. Ele ressaltou que procurou agir como um magistrado, o que lhe exigiu grande esforço mental, pois, conforme explicou, "o político é, por definição, uma pessoa engajada, que tem dificuldade de agir com isenção".

Dossiê

Em relação ao dossiê apreendido pela Polícia Federal com informações e imagens que tentam ligar o candidato do PSDB ao governo do estado de São Paulo, José Serra, à máfia das ambulâncias e que supostamente seria vendido pelo empresário Luiz Antônio Vedoin a pessoas ligadas ao PT, Jefferson Péres defende que a CPI dos Sanguessugas investigue as denúncias. Para o senador, a comissão deve procurar descobrir se esses fatos aconteceram na gestão de Serra como ministro da Saúde e também se há envolvimento dele no esquema de compra superfaturada de ambulâncias com recursos do Orçamento da União.

Na opinião do líder da Minoria da Câmara, deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), no entanto, o ex-ministro da Saúde José Serra não deve depor na CPI. Aleluia considera que a comissão precisa buscar a verdade, mas, em sua opinião, a CPI não pode ser usada como instrumento eleitoral para ajudar ou prejudicar qualquer candidato.

Quanto ao posicionamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação ao dossiê apreendido pela PF, Jefferson Péres salientou que o dossiê representa um fato grave por envolver pessoas ligadas ao presidente da República. Para o senador, a postura de Lula em relação a esses fatos não condiz com a de um chefe de Estado.

- Ele sempre manifesta uma indignação que é verbal, mas que não parece sincera e não é. Não é a postura que se espera de um chefe de Estado, que deveria ser uma postura muito dura. Ou o presidente muda de postura e parte para um grande entendimento nacional ou então o país vai ficar ingovernável - afirmou Jefferson.

19/09/2006

Agência Senado


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