Suassuna diz que Prouni mudará o ensino superior do país
Ao elogiar o Programa Universidade para Todos (Prouni), lançado recentemente pelo ministro da Educação, Tarso Genro, o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) opinou que a aprovação do projeto pelo Congresso contribuirá para mudar qualitativamente a realidade do ensino superior no Brasil. Ele também informou que a estimativa é que o programa deverá permitir a entrada de 360 mil novos alunos no ensino superior. - O Ministério da Educação merece todos os méritos porque incluiu no Prouni, como pontos mais importantes, o sistema de cotas e o acesso dos alunos de baixa renda às universidades públicas e privadas. Não podemos deixar de reconhecer que a proposta do ministro Tarso Genro visa democratizar a instituição universitária em um país extremamente elitista, racista e preconceituoso, embora a maioria, como bem sabemos, prefira manter esse posicionamento escondido a sete chaves - afirmou Suassuna. O senador pela Paraíba explicou que negros e índios serão beneficiados com bolsas de estudo que serão concedidas nos estados, a partir do cálculo de proporção desses grupos no conjunto da população de cada uma dessas unidades federativas. Suassuna acrescentou que o programa priorizará também a oferta de vagas para estudantes da rede pública de ensino com renda de até um salário mínimo e para professores da rede pública de ensino básico sem curso superior. Em aparte, o senador José Jorge (PFL-PE) externou sua preocupação com o fato de o governo estar pretendendo encaminhar o projeto do Prouni para tramitar em regime de urgência constitucional. Ele argumentou que, pela sua importância, a matéria deveria ser discutida em detalhe, sem pressa, pela Câmara e pelo Senado. Já o senador Hélio Costa (PMDB-MG) observou que antes de discutir a criação de bolsas ou sistema de cotas, o governo federal deveria solucionar o problema das universidades, muitas delas sem recursos sequer para pagar suas contas de energia elétrica e água e o salário de empregados terceirizados.
Dizendo-se favorável à opinião de José Jorge de que o projeto de implantação do Prouni não deveria tramitar em regime de urgência constitucional, para permitir um amplo debate, o senador Eduardo Siqueira Campos (PSDB-TO) falou de sua preocupação com um dos pontos estabelecidos no programa: o sistema de cotas. Ao invés de cotas relacionadas a raça, ele defendeu uma cota social, pela qual também seria observada a situação econômica do candidato ao benefício.
08/06/2004
Agência Senado
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