SUASSUNA PEDE SOCORRO DO GOVERNO À PARAÍBA



"Não sei até quando vamos agüentar" - esse desabafo foi feito nesta sexta-feira (dia 23) pelo senador Ney Suassuna (PMDB-PB) ao pedir socorro ao governo federal para que a Paraíba possa enfrentar um quadro de extrema dificuldade financeira, agravado pela seca que já dura três anos. O senador ressaltou que o estado - cuja economia tem como base a agropecuária - já perdeu 76% de sua agricultura, quase 72% de sua pecuária e ainda está recebendo 17% a menos do FPE (Fundo de Participação dos Estados).
Embora reconheça a legitimidade e apóie as preocupações dos senadores e da sociedade brasileira em relação aos problemas enfrentados pelo Timor Leste, Suassuna advertiu que o Nordeste está vivendo situação semelhante de genocídio e quase ninguém toca no assunto.
- São famílias inteiras que se despedaçam. São pais de família que abrem a porta de sua casa pela manhã, olham para o campo calcinado, procuram água, não encontram, não existe mais o gado, não têm alimentação para oferecer a seus filhos. Não têm dinheiro sequer para pegar um ônibus. E quando vão até a prefeitura de sua cidade, recebem no máximo uma passagem para migrar para o Sul - lamentou Suassuna.
Lembrando que os paraibanos se sentem solitários numa hora em que toda a nação conhece a crise vivida pelo estado, mas não partilha a busca de soluções, o senador disse que permanece o impasse em relação à greve dos policiais, que estão acampados em frente à sede do governo estadual. Segundo Suassuna, o estado terá que desembolsar mensalmente R$ 1,6 milhão a mais se os policiais aceitarem a proposta de reajuste salarial feita pelo governador. O reajuste reivindicado pelos grevistas acarretaria um gasto extra mensal de quase R$ 2,5 milhões.
A Paraíba está com as contas e os salários do funcionalismo em dia, não obstante enorme sacrifício que implicou redução de gastos inclusive com pessoal, afirmou Suassuna ao destacar que o estado não tem mais de onde tirar recursos para melhorar o salário dos policiais e atender necessidades básicas da população. "Espero que a Paraíba não continue com o gosto amargo da solidão na boca", observou.
O senador Lúdio Coelho (PSDB-MS) manifestou, em aparte, solidariedade ao povo paraibano, considerando inadmissível que parte da população não tenha nem mesmo água para beber. Lúdio disse acreditar que os problemas brasileiros só serão resolvidos com a reformulação do comportamento da administração pública de modo geral, para que o Estado se equilibre gastando menos do que arrecada. Ele destacou que a reforma proposta para o Judiciário representa uma pequena parte do que o país necessita.

23/09/1999

Agência Senado


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