Suassuna quer resposta brasileira a protecionismo americano
O Brasil deve responder "com a modéstia de sua força, mas com a determinação de sua convicção", às barreiras protecionistas impostas pelo governo norte-americano aos produtos agrícolas e siderúrgicos brasileiros, disse nesta quarta-feira (15) o senador Ney Suassuna (PMDB-PB). As medidas contra a importação de produtos siderúrgicos, anunciadas há poucos dias, atingem 16 categorias de produtos pelo prazo de três anos, lembrou o senador, assinalando que as mercadorias acabadas são taxadas entre 8% e 30%.
Com base em estudos do Instituto Brasileiro de Siderurgia, Suassuna informou que as perdas potenciais do setor podem chegar a US$ 1 bilhão em três anos e salientou que, passados esses três anos, nada garante que novas medidas não sejam anunciadas.
Suassuna manifestou o seu assombro com o aprofundamento do protecionismo dos Estados Unidos, que, segundo afirmou, têm se afastado dos compromissos acordados no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), prejudicando o comércio internacional.
- Isso é grave e perigoso, merecendo uma resposta diplomática à altura do fato por parte do nosso país. Não existe respaldo jurídico, nas normas da OMC, para as medidas tomadas pelos Estados Unidos. Tenho confiança na competência e no discernimento do Ministério das Relações Exteriores para defender nossos interesses comerciais - afirmou.
Suassuna acrescentou que os Estados Unidos usam de dois pesos e duas medidas quando tratam do comércio internacional.
- Na superfície, uma retórica bonita e empolada que os quer erigir em grandes defensores do livre comércio no mundo. No íntimo, quando a concorrência os pega de calças curtas, são ágeis em estabelecer barreiras protecionistas de toda ordem, para preservar os setores ineficientes de sua economia, que não se modernizaram. É o velho "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço" - concluiu.
15/05/2002
Agência Senado
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