Protecionismo americano e europeu em relação a aço preocupa Hartung



O senador Paulo Hartung (PSB-ES) cobrou do governo federal medidas para evitar que o país seja invadido por ofertas internacionais de aço. Com a recente decisão dos Estados Unidos de adotar medidas protecionistas em relação ao produto, o parlamentar teme o surgimento de uma concorrência predatória no cenário internacional em função do repentino excesso de oferta.

Como conseqüência, ressaltou o senador, a União Européia também ergueu barreiras tarifárias para a importação do aço. Para o senador o fato de o Canadá, o México e a Tailândia estudarem mediadas semelhantes comprovam que a decisão da Casa Branca pode provocar um efeito dominó.

Estimativas indicam que, só com o fechamento do mercado americano, o Brasil pode deixar de exportar cerca de US$ 280 milhões. Além de defender que se recorra à Organização Mundial do Comércio (OMC), o senador considera necessário avaliar a proposta da indústria nacional de aumentar as tarifas de importação de aço. O senador lembrou a reunião da Câmara de Comércio Exterior (Camex), nesta terça-feira, para discutir a possibilidade de aumentar as tarifas de importação de 12% para 30%.

Hartung disse estranhar a postura cautelosa do ministro da Fazenda, Pedro Malan, para quem a hipótese de apelar a OMC deve anteceder qualquer outra medida. E advertiu que "de nada adianta por cadeado na porta depois que esta for arrombada".

Contudo o senador elogiou o artigo publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo , na segunda-feira, no qual o Ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, critica a decisão americana e sustenta a necessidade de que haja negociação direta do Brasil com os Estados Unidos. O ministro lembra no artigo, disse o senador, que com muito diálogo e sem precisar recorrer à OMC, o Brasil solucionou o problema do embargo canadense à carne brasileira.



26/03/2002

Agência Senado


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