SUASSUNA RECLAMA DA POLÍTICA TRIBUTÁRIA
Numa análise da política tributária do país, o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) criticou hoje (dia 03) o fato de o Brasil abrir mão de R$ 10 bilhões em isenções fiscais, praticamente a metade do PIB do Peru. Lembrando que o conjunto de medidas econômicas adotadas pelo governo no final do ano passado visava a obter uma cifra de R$ 20 bilhões, Suassuna definiu isso como uma política tributária incorreta.
Ele reclamou da carência de recursos para o Norte, Nordeste e Centro-Oeste, e do fato de cerca de 70% dessa isenção tributária contemplar empresas do Sul e do Sudeste. Conforme o senador, enquanto o governo prioriza investimentos nas regiões mais prósperas, a Sudene dispõe apenas de R$ 450 milhões para investir nos projetos em andamento nos nove estados do Nordeste. Em aparte, o senador Carlos Wilson (PSDB-PE) aludiu ao risco de, com tão parcos recursos, a Sudene tornar-se uma autarquia de obras inacabadas.
Na opinião de Suassuna, essa discrepância nas prioridades de investimentos brasileiros só distancia o padrão de desenvolvimento entre as regiões. "Se o governo federal investisse no Nordeste, de lá não migrariam tantos nordestinos, intensificando os problemas sociais das regiões mais prósperas", afirmou. Também numa comparação com os R$ 10 bilhões da isenção fiscal, ele disse que, com investimentos de R$ 2 bilhões, o Brasil faria a transposição das águas do rio São Francisco, beneficiando quatro Estados nordestinos e 16 milhões de pessoas.
No mesmo discurso, Suassuna condenou a guerra fiscal entre os estados e criticou as empresas que recebem incentivos com a promessa de criar mais de mil empregos, mas que não criam mais que 400 postos de trabalho, migrando em seguida para obter incentivos fiscais noutros estados e caracterizando-se como empresas ambulantes.
ESCLARECIMENTO
Ney Suassuna repeliu matéria publicada hoje (dia 3) em O Estado de S. Paulo, na qual é listado como gazeteiro por não ter estado em Brasília na última sexta-feira. O senador esclareceu que, na última quinta-feira (dia 29), a sessão do Senado ocorreu de manhã, tendo ele saído do plenário direto para a reunião da Comissão de Assuntos Econômicos, onde no início da tarde votou-se o projeto sobre lavagem de dinheiro.
Ele afirmou que, no ano passado, não faltou a uma só sessão plenária, e criticou a imprensa por negligenciar a divulgação de fatos positivos para a imagem da Casa.
03/02/1998
Agência Senado
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