Suassuna reclama da imprensa e diz que foi traído



O senador Ney Suassuna (PMDB-PB), que não obteve êxito na tentativa de reeleição, acusou, em pronunciamento nesta terça-feira (3), "alguns setores da imprensa" de torná-lo alvo de "pesada artilharia", citando especialmente a TV Globo, que teria decretado a sua perda de mandato às vésperas da eleição de domingo (1o). Ele também criticou o "triste papel" de alguns membros da CPI dos Sanguessugas. Para o senador, a CPI atuou como um tribunal do Santo Ofício.

- Desde maio, fui massacrado diariamente pelos principais jornais e televisões do país e, claro, esse massacre se refletiu nas urnas. A Rede Globo de Televisão ao informar, em horário nobre, para 95% dos lares brasileiros, que a votação [do parecer do relator] não pôde ser realizada, escamoteou o fato de que o parecer não foi sequer lido, nem dada publicidade do seu conteúdo, a pedido do relator, e destacou como manchete, em alto e bom som, que o parecer de Jefferson Peres [PDT-AM] pediria a minha cassação - assinalou.

Suassuna ainda disse ter experimentado traições de antigos companheiros e também de líderes políticos jovens, que ajudou a projetar no cenário político paraibano. O senador ressaltou que o seu adversário na Paraíba, o novo senador Cícero Lucena (PSDB-PB), foi julgado e condenado a ressarcir os cofres públicos por desvio de recursos na chamada Operação Confraria, "recursos esses que hoje, certamente, fazem falta nas escolas, nos hospitais e na mesa dos paraibanos".

O senador Geraldo Mesquita (PMDB-AC) disse, em aparte, que Suassuna havia sido condenado antes de ser julgado. Ele lembrou que Suassuna teve a gentileza de convidá-lo para os saraus e jantares que realizava em sua residência e, embora nunca tenha aceitado, sempre reiterava os convites.

- Alguns que costumavam freqüentar os saraus na sua residência, talvez por covardia, agora lhe viram as costas - disse.

Suassuna disse ainda que não se arrepende da "doação incondicional e irrestrita" em 12 anos de mandato dedicados à Paraíba e que, se tivesse "mais tempo, mais vida e mais chance, faria tudo de novo, de novo e de novo".

03/10/2006

Agência Senado


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