Suassuna: viagem à China pode dar poucos resultados sem política consistente



O vice-líder do governo, senador Ney Suassuna (PMDB-PB), cobrou nesta quinta-feira (20) mais objetividade e ousadia das políticas industrial e comercial, para que o Brasil possa fortalecer laços com países de grande mercado consumidor. Sem essas mudanças, caravanas como a que segue para a China neste fim de semana correm o risco de não serem tão proveitosas, na visão do parlamentar paraibano.

Na sua análise, Suassuna usou a mesma expressão utilizada pelo presidente da República para qualificar autoridades brasileiras em missões internacionais destinadas a incrementar o comércio: "mascates". O senador advertiu para o equívoco de uma visão acanhada do tema.

- Colocar os "mascates" em campo é uma excelente iniciativa, mas que não terá resultados se não for acompanhada de ações que facilitem a vida do exportador brasileiro. A verdade é que não temos uma política comercial agressiva o suficiente. Nosso crescimento depende da imediata formulação e implementação dessa política - disse Suassuna.

Entre os "flagelos" mencionados pelo vice-líder do governo está a excessiva burocracia. Enquanto no Brasil são necessários 15 procedimentos e 152 dias para abrir uma empresa, na Índia, os procedimentos reduzem-se a 10 e o prazo médio, a 88 dias. O exportador brasileiro também se vê às voltas com uma "estratosférica taxa de juro real" e nenhum estímulo tributário à exportação de produtos de maior valor agregado.

- Além de diversificar nosso leque de produtos, precisamos agregar valor ao que vendemos. Não podemos depender eternamente das commodities, dos produtos agrícolas não-elaborados, da matéria-prima pura e simples - alertou Suassuna.



20/05/2004

Agência Senado


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