Depoimento de ex-assessor de Suassuna é pouco consistente, diz corregedor
O corregedor do Senado, senador Romeu Tuma (PFL-SP), ouviu nesta quinta-feira (3) o ex-assessor do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) Marcelo Cardoso Carvalho. Na opinião do senador, o depoimento foi "pouco consistente" porque Marcelo negou ter recebido comissões referentes ao esquema de fraudes para compra superfaturada de ambulâncias com a utilização de recursos provenientes de emendas parlamentares do Orçamento da União. Marcelo também disse não saber quem teria recebido tais comissões, apesar de ter confirmado seus depoimentos anteriores à Polícia Federal e à Justiça.
- Não é muito consistente o depoimento dele porque ele nega envolvimento, apesar de o senador [Ney Suassuna], em Plenário, tê-lo responsabilizado por vários fatos que ocorreram com as emendas. Vamos ter de ouvir outras pessoas para formar um mosaico e depois pedir explicações ao senador. Devemos ter cautela, apurar as responsabilidades, ter a coragem de dizer quem é inocente e quem é culpado e pedir a punição - disse o corregedor.
Em seu depoimento, disse Tuma, Marcelo afirmou que, às vezes, colaborava na parte técnica e de elaboração de emendas, e assegurou que sempre informava ao senador sobre o que fazia. O corregedor disse ainda que Marcelo afirmou não ter recebido nenhum valor de Darci Vedoin ou de seu filho, Luiz Antônio Trevisan Vedoin, donos da Planam. Ele disse apenas que recebeu um depósito referente a pagamento da venda de um barco da qual Darci foi intermediário, relatou Tuma.
O senador informou que vai pedir acareação de Marcelo com os empresários Luiz Antônio e Darci Vedoin na Corregedoria, e que pode ainda apresentar requerimento nesse sentido na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas.
Tuma comunicou que, na seqüência, a Corregedoria vai ouvir o genro da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), Paulo Roberto, que teria recebido depósitos da Planam em sua conta bancária. O corregedor quer ouvir ainda o deputado licenciado Lino Rossi (PP-MT), acusado de emprestar ao senador Magno Malta (PL-ES) um carro pertencente à "máfia das ambulâncias".
03/08/2006
Agência Senado
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