Sub-relator organiza gastos e saques com cartões realizados em finais de semana



Já está pronto o primeiro volume de informações organizado pelo sub-relator de Sistematização da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos , deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). O volume reúne todos os pagamentos e saques em dinheiro feitos em finais de semana com cartões corporativos do governo federal, no período de junho de 2002 a fevereiro de 2008.

Carlos Sampaio explicou que, a partir de agora, o sub-relator de Fiscalização dos Gastos, deputado Índio da Costa (DEM-RJ), deixará de analisar as caixas de documentos enviadas pelo governo e baseará sua investigação nesses levantamentos. O próximo volume de informações a ser organizado, adiantou, serão os gastos e saques feitos em finais de semana com os cartões corporativos da Presidência da República.

Na capa do documento, o deputado por São Paulo destacou os três maiores sacadores em finais de semana: João Belmiro Serra, da Agência de Telecomunicações no Amazonas, com R$ 21.170; Carlos Moreira, do Distrito de Meteorologia em Belém, com R$ 12.850; e Raimundo B. Silva, da Superintendência do Trabalho, no Pará, com R$ 11.800. Os maiores gastos em pagamentos com cartão em finais de semana são da ex-ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, com R$ 51.269,04; do reitor da Universidade Federal de São Paulo, Ulisses Fagundes Neto, com R$ 37.282,90; e de Afonso Ribeiro, do Instituto Nacional de Metrologia, com R$ 21.218,08.

Na soma geral, os saques feitos por 2.692 portadores de cartão corporativo totalizam R$ 3.805.116,18 e os pagamentos com cartão feitos por 2.537 portadores totalizam R$ 1.578.056,25. O sub-relator ainda forneceu um CD contendo 60 mil documentos referentes a essas despesas.

Carlos Sampaio explicou que, como regra, não é permitido o uso dos cartões corporativos em finais de semana, a menos que a autoridade esteja cumprindo agenda oficial. Segundo admitiu, esse primeiro levantamento não aponta se houve irregularidade. Essa análise será feita por Índio da Costa, que investigará os gastos e os saques a partir das notas fiscais e das justificativas apresentadas.

- Minha função é organizar as provas que existem para serem investigadas. Isso não quer dizer que os gastos e os saques sejam irregulares, mas não são normais. Tem que ter uma justificativa - sustentou.

Carlos Sampaio comentou também que muitos documentos ainda não foram enviados à CPI Mista pelo governo e que a presidente da comissão, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), oficiará aos órgãos para que os encaminhem em até 48 horas. Segundo ressaltou ainda, os dados sigilosos que estão sob a guarda do Tribunal de Contas da União (TCU) já revelaram que a Presidência da República não teria adotado as recomendações para corrigir as irregularidades apontadas pela auditoria, incorrendo no mesmo erro.



24/04/2008

Agência Senado


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