Subcomissão de Turismo discute crise das empresas aéreas
Antes mesmo da crise deflagrada pelos ataques terroristas a Nova York e Washington, que utilizaram aeronaves para atingir alvos em terra, as principais empresas aéreas nacionais já acumulavam fortes prejuízos. A Transbrasil, por exemplo, demitiu mais de mil funcionários este ano e iniciou um processo de reorganização de suas rotas, com operações nos aeroportos de Congonhas (SP), Santos Dumont (RJ) e Pampulha (Belo Horizonte). A Varig anunciou que vai reduzir o número de vôos e todas as companhias cortaram vôos internacionais, principalmente para os EUA.
Assim como o governo norte-americano, que anunciou um pacote de ajuda ao setor, o Palácio do Planalto publicou Medida Provisória (MP) abrindo a possibilidade de o Tesouro Nacional socorrer as empresas aéreas em casos de guerra e terrorismo. Nessas hipóteses, o governo teria como arcar com as indenizações decorrentes de atentados, livrando as empresas desses custos, reduzindo suas dificuldades financeiras. A MP teria atendido às reivindicações do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (SNEA) e segue modelo adotado nos EUA e em países da Europa.
A crise do setor estende-se à Embraer, cujas ações, desde os ataques aos EUA, vêm sofrendo forte desvalorização. Na sexta-feira (dia 28), a empresa, que fornece peças e aeronaves para empresas de aviação comercial do exterior, anunciou 1,8 mil demissões e a revisão do programa de entregas de aeronaves. Como resultado, as ações da empresa registraram desvalorização acentuada no início desta semana.
Foram convidados para a audiência pública da Subcomissão de Turismo os presidentes da Transbrasil, Celso Cipriani, da Gol Transportes Aéreos, Constantino de Oliveira, da TAM, Daniel Mandelle Martin, da Varig, Ozires Silva, e da Vasp, Wagner Canhedo, além do presidente do SNEA, George Ermakoff.
01/10/2001
Agência Senado
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