Suinocultores pedem condições mínimas para produzir
A subcomissão de suinocultura da Assembléia Legislativa realizou hoje (12), no auditório do Sindicato Rural de Erechim, a primeira reunião extraordinária no interior para debater a grave crise enfrentada pelo setor no Rio Grande do Sul. Cerca de 300 pessoas, entre prefeitos, vereadores e lideranças locais apresentaram suas sugestões e propostas para pôr fim às desigualdades econômicas na cadeia dos suínos.
Entre as principais reivindicações, os presentes pediram o tabelamento do preço do quilo vivo, o aumento da oferta do milho a balcão e a concessão de linhas de crédito para viabilizar a estocagem da carne. Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Adão Braun, atualmente o custo de produção do quilo vivo chega a R$ 1,30, enquanto o criador vende a R$ 1,10. Isso deve-se, conforme Braun, porque praticamente todos os insumos, como o milho, o farelo de soja e os chamados premix (vitaminas e proteínas importadas) têm o preço atrelado ao dólar. “A situação está insustentável. Não é possível que o criador pague para produzir e o consumidor fique impossibilitado de comprar”, disse.
Ainda segundo Braun, a diferença entre o preço da carne de porco no início e no fim da cadeia pode chegar a mais de 300%. Uma pesquisa desenvolvida em junho passado pelo instituto CEPA nos supermercados de Florianópolis, comprova a disparidade. A lingüiça de porco, comercializada em média a R$ 1,75 pelos criadores catarinenses, é vendida pelas grandes redes por cerca de R$ 3,98 o quilo, alta de 127%. No caso do apresuntado, a diferença é ainda mais gritante: dos mesmos R$ 1,75 iniciais, o preço salta para R$ 8,73, acréscimo de 374%.
O coordenador e relator da subcomissão, deputado Vilson Covatti, adiantou que não vai medir esforços para lutar pelo reequilíbrio econômico do setor. Ex-presidente da CPI do Leite, cujo relatório final indiciou cinco empresas, o parlamentar acredita quer poderá obter o mesmo resultado nesta nova empreitada. “Os abusos contra o elo mais fraco da cadeia, os produtores, são claros. Podem ficar certos de que não vamos nos furtar em esclarecer todas as dúvidas e apontar os verdadeiros culpados pela distorção, assim como fizemos na vitoriosa CPI do Leite”, afirmou. Semana passada, Covatti deu o primeiro passo em defesa dos produtores, protocolando no Ministério da Agricultura, em Brasília, um documento formulado por entidades e sindicatos da cadeia suinícola gaúcha solicitando a adoção de medidas urgentes para auxíliar o segmento.
08/12/2002
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