Suplicy acredita que Obama será sensível a apelo de Lula em relação a Cuba
"Tenho a convicção de que o presidente Barack Obama irá sensibilizar-se com o apelo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará para que os Estados Unidos ponham um fim ao bloqueio econômico contra Cuba". O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) fez o comentário ao comunicar que o embargo a Cuba será um dos temas tratados pelo presidente Lula em seu pronunciamento na Assembléia Geral da ONU, na quarta-feira (23).
O chefe do gabinete pessoal do presidente da República, Gilberto Carvalho, disse a Suplicy que outro assunto que constará no discurso será a reforma no Fundo Monetário Internacional e no Banco Mundial. Em diálogo com os líderes do G20, o presidente Lula, segundo o senador paulista, também pedirá que eles intervenham em favor do fim do embargo a Cuba.
- O fim do embargo a Cuba é uma reivindicação antiga da maioria dos países latino-americanos, os quais consideram, com razão, que o embargo nunca contribuiu para tornar o regime cubano mais aberto e democrático, tendo provocado, na realidade, o efeito inverso. Esses países preferem a estratégia da integração de Cuba ao hemisfério como forma de conduzi-la pacificamente a um regime mais aberto - afirmou Suplicy.
A decisão tomada pelo presidente Obama de liberar a visita de cidadãos norte-americanos a Cuba foi considerada positiva por Suplicy. Da mesma forma, ele aplaudiu a permissão de serem remetidos recursos financeiros para Cuba. Por outro lado, o senador opinou que a prorrogação, por mais um ano, da Lei do Comércio com o Inimigo, que impede o intercâmbio comercial com países considerados uma ameaça, atualmente só tem efeitos práticos contra Cuba.
Em aparte, o senador João Pedro (PT-AM) opinou que o bloqueio econômico a Cuba é uma perseguição e um desrespeito à soberania do povo daquele país. Ele declarou que o fim da "Guerra Fria" deveria também ter determinado o final do bloqueio econômico e comercial.
Na mesma linha, o senador Flávio Torres (PDT-CE) observou que o bloqueio econômico patrocinado pelos Estados Unidos contra Cuba termina punindo o povo. Ele fica impossibilitado até de reivindicar solução para problemas internos porque é obrigado a se unir aos demais cidadãos na resistência contra o embargo.
O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) também posicionou-se "radicalmente contra" qualquer tipo de embargo. Por outro lado, ele considerou que se Fidel Castro tivesse feito uma abertura e realizado eleições com 15 ou 20 anos de governo, teria entrado para a história de forma positiva.
- Hoje vai sair em uma situação melancólica - declarou Valdir Raupp.
21/09/2009
Agência Senado
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