Suplicy apóia resgate histórico de Canudos e de Antônio Conselheiro



O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) leu em Plenário um ofício do teatrólogo José Celso Martinez Correa que propõe um resgate histórico da saga de Canudos. O senador recordou que, em 5 de outubro de 1897, seis mil militares dizimaram a população de 26 mil habitantes do lugarejo chamado Canudos, queimando-os vivos.

Suplicy fez um apelo aos ministros da Cultura, Gilberto Gil; do Turismo, Marta Suplicy; da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima; de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger; e ao presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, para que promovam o desenvolvimento cultural e econômico da região.

Suplicy pediu aos senadores do Nordeste que comparecerem à cidade para a encenação da peça Os Sertões, baseada no livro homônimo de Euclydes da Cunha, como forma de resgatar simbolicamente a saga de Antonio Conselheiro, que pretendia implantar um novo tipo de sociedade com valores diferentes dos da sociedade de então. A peça será encenada em Quixeramobim (CE), no dia 14 de novembro, cidade natal de Conselheiro, e depois em Canudos (BA), palco daquele acontecimento histórico.

- Canudos merece ser resgatada em seu aspecto heróico e histórico e as 11 mil pessoas que lá vivem merecem a sua redenção - propôs o parlamentar.

O parlamentar petista informou que a ditadura militar foi a responsável pela segunda destruição de Canudos, desta vez provocando a inundação da cidade, logo após o golpe de 1964. Atualmente, disse Suplicy, a cidade está isolada do mundo, pois desde a sua terceira reconstrução, por ocasião do centenário de nascimento de Antonio Conselheiro, não tem comunicação por asfalto. No manifesto, relata Suplicy, Canudos está parecida com antes da guerra, como a descreveu Euclydes da Cunha, "terra ignota".

Martinez, em seu manifesto, diz, de acordo com Suplicy, que a obra "Os Sertões" mostra o crime cometido contra a nacionalidade pelo Estado brasileiro e denuncia a existência de dois brasis. O parlamentar disse ser este o livro mais traduzido no Brasil e no exterior.

Suplicy informou ainda, em seu pronunciamento, que o ministro da Cultura visita nesta quinta-feira (18) o teatro oficina em São Paulo para avaliar a possibilidade de seu tombamento como patrimônio cultural.



18/10/2007

Agência Senado


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