SUPLICY APRESENTA DOCUMENTOS QUE LEVARAM ÀS DECISÕES DO BC



O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) apresentou em plenário nesta sexta-feira (dia 16) documentos que compõem o relatório enviado na tarde de ontem para a CPI dos Bancos. Suplicy leu despachos internos do Banco Central e correspondência trocada entre os bancos Marka, FonteCindam e o BC, que roteirizam a tomada de decisões em relação à venda de dólares a preços abaixo das taxas praticadas pelo mercado e pelo próprio BC. "Começam a chegar documentos em profusão e que serão importantes para a argüição do ex-presidente do Banco Central, Francisco Lopes, do ex-diretor de Fiscalização, Cláudio Mauch, e do banqueiro Salvatore Cacciola", afirmou o senador.Suplicy destacou o esforço que o Senado Federal está fazendo para apurar e investigar com transparência o sistema financeiro nacional, através da CPI. "Em apenas dois dias, já avançamos muito", avaliou o senador.Em aparte, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) lamentou a morosidade da Justiça em dar continuidade ao que é investigado e provado pelas Comissões Parlamentares de Inquérito. Para o senador, quem está legislando é o Executivo, por meio de Medidas Provisórias, e restou ao Congresso Nacional fazer a investigação e a fiscalização. "Só quem faz investigação é o Congresso Nacional, através das CPIs", afirmou Simon. O senador explicou ainda que as pessoas não entendem que não é papel da CPI prender os criminosos e que essa é uma atribuição da Justiça.Simon disse que o presidente do BC, Armínio Fraga, não esclareceu nada em seu depoimento na última quarta-feira (dia 15) na CPI dos Bancos e que ele deve ser convocado novamente "quando, à luz dos fatos dos outros depoimentos, ele poderá falar". O senador gaúcho lembrou que o depoimento do dono do banco Marka, Salvatore Cacciola, é da maior importância para o esclarecimento das denúncias de corrupção no BC e que havia pedido garantias de vida para o banqueiro.Suplicy disse que Cacciola estará no Rio de Janeiro no final de semana e concordou com o pedido de garantia. O senador disse não concordar com as declarações do presidente da República segundo as quais a CPI não poderia ou não deveria investigar o Proer (programa de ajuda aos bancos). Suplicy lembrou que o presidente do BC, Armínio Fraga, não conseguiu responder por que o sistema financeiro ainda continua tão frágil e vulnerável e qual foi o custo do Proer para a sociedade brasileira.

16/04/1999

Agência Senado


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