Suplicy condena "estilo desrespeitoso" de Alckmin



O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) criticou, nesta terça-feira (11), o que chamou de "o novo estilo" do candidato à Presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, que, contrariando postura adotada anteriormente durante a campanha, teria usado, no debate promovido pela TV Bandeirantes no último domingo (8), um tom "desrespeitoso e agressivo". Suplicy lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição, manifestou tristeza pela forma com que foi tratado por Alckmin.

Suplicy ressaltou que o presidente Lula foi humilde e respeitoso no debate, tratando Alckmin por "governador" e "excelência". Só ao final do debate, explicou, diante da atitude desrespeitosa de seu concorrente, Lula abandonou o tratamento respeitoso.

- Veremos como o eleitor reagirá ao novo estilo desrespeitoso de Alckmin, demonstrando superioridade e arrogância - alertou Suplicy.

O parlamentar petista comentou artigo do jornalista Jânio de Freitas sobre o debate, publicado nesta terça-feira (10) no jornalFolha de S. Paulo, para quem Alckmin teria se apresentado como um misto de Carlos Lacerda, opositor do presidente Juscelino Kubitschek, por sua "agressividade compulsiva", e do ex-presidente Fernando Collor de Mello, por sua "arrogância".

Suplicy elogiou a atuação do presidente Lula no debate, ressaltando que as críticas de Alckmin sobre a política externa do governo, tanto no que se referem à crise com a Bolívia, como quanto à China, não procedem. Quanto à China, fundamentou seu argumento em números: superávit deUS$ 803 milhões nas transações comerciais com a China de janeiro a setembro de 2006 e de US$ 921 milhões em igual período de 2005.

O senador também citou artigo do arquiteto Oscar Niemeyer, também publicado na Folha, em sua edição de domingo (8), em que o arquiteto relata conversa com cientistas renomados sobre as eleições e defende um segundo mandato do presidente Lula, em especial por suas diretrizes de política externa.

- A China é o terceiro parceiro comercial mais importante, depois de Estados Unidos e Argentina. Foram vendidos cem aviões da Embraer para a China, maior negócio dos últimos anos - salientou o senador.

Suplicy disse que Lula foi "ainda mais eficaz" em sua resposta sobre a Bolívia, ressaltando que a política externa do governo Lula dá prioridade à questão sul-americana, adotando postura moderada em relação aos países mais pobres da região. Indagou se a política externa proposta por Alckmin não seria, a julgar pelo debate, "truculenta com os mais fracos" e "submissa aos fortes", aceitando a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), nos termos propostos por Washington, desfavoráveis aos países menos desenvolvidos.

O senador foi aparteado pelo colega de partido Roberto Saturnino (RJ), para quem a candidatura Lula se distingue pela política externa e pelos investimentos sociais.Brasil.

Suplicy cobrou do candidato Alckmin maior clareza sobre seus planos para corte de gastos e de juros, de sua política fiscal e de ajuste da Previdência.

10/10/2006

Agência Senado


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