Suplicy contesta reeleição presidencial e defende continuidade de quatro anos de mandato
Se Jesus Cristo teve apenas três anos para realizar obra ampla, profunda e duradoura, não há porque conceder mais de quatro anos a um presidente da República para realizar sua plataforma eleitoral. É o que pensa o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), crítico do mecanismo da reeleição, embora favorável à volta de um presidente ao poder em eleição alternada.
- Quando se tem claro o que se deseja, quatro anos são suficientes - sustentou, lembrando que Cristo preparou-se durante trinta anos para sua missão.
A afirmação do parlamentar petista foi feita em breve pronunciamento, nesta segunda-feira (31), para comentar discurso do senador Marco Maciel (DEM-PE) sobre o sistema eleitoral brasileiro.
O representante de Pernambuco disse acreditar que as regras introduzidas pela Constituição de 1988 têm se mostrado acertadas: eleições coincidentes, a cada quatro anos, para presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual. Os prefeitos e vereadores também são eleitos para mandatos de quatro anos, mas em pleitos realizados na metade do mandato do presidente da República, levando à ocorrência de eleições a cada dois anos.
Ao comentar essa declaração, Suplicy também reiterou achar saudável que o povo tenha a oportunidade de expressar seus sentimentos nas urnas de dois em dois anos.
Em aparte ao pronunciamento do senador por São Paulo, Marco Maciel observou que o mandato de cinco anos para presidente da República poderia levar à dessincronização entre o calendário eleitoral dos Poderes Executivo e Legislativo, com riscos para a governabilidade.
31/03/2008
Agência Senado
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