Suplicy diz que Brasil não será mais o mesmo após manifestações
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou, nesta sexta-feira (12), em plenário, que o país nunca mais será o mesmo depois que começaram as manifestações populares em junho. Para ele, as manifestações apressaram as decisões que têm de ser tomadas pelo Congresso Nacional.
O parlamentar comparou as manifestações brasileiras com outras que estão acontecendo no mundo e disse que, apesar das diferenças, todas têm um fundo comum, referindo-se ao uso da internet e das redes sociais.
- Todos esses movimentos, cada um mais diferente do que o outro, têm um fundo comum: o uso da tecnologia à velocidade da luz para atuarem nos movimentos de mudança em tempo real, o que lhes aumenta muito o seu poder – afirmou.
O senador também elogiou o caráter pacífico das manifestações brasileiras. Para ele, é um sinal de maturidade do país. Suplicy também parabenizou o senador Paulo Paim (PT-RS) por requerer uma audiência pública, realizada nesta quinta-feira (11), para ouvir os jovens representantes dos movimentos sociais sobre as manifestações das ruas.
–Temos certeza de que a população continuará nas ruas até conseguir tudo o que quer: acabar com a corrupção, melhorar a justiça, a remuneração das pessoas e, principalmente, a luta do povo inteiro por serviços de atendimento à saúde, à educação – disse o senador.
Espionagem
Eduardo Suplicy manifestou apoio ao asilo político dos países latino-americanos para o ex-técnico da CIA, Edward Snowden, que revelou o sistema de espionagem dos Estados Unidos em países da América Latina recentemente.
Suplicy ressaltou a importância do encontro que está acontecendo nesta sexta-feira em Montevidéu, Uruguai, em que os presidentes dos países do Mercosul se reúnem para discutir as denúncias de espionagem que teria sido feita pelo governo americano a vários países da América Latina.
– É importante nós transmitirmos ao presidente Barack Obama que seria adequado que ele compreendesse o sentido de proteção aos direitos de pessoas em todo o mundo que estavam sendo violadas e que levou o senhor Edward Snowden a fazer a revelação – disse Suplicy.
Voto de Pesar
O senador petista fez ainda um requerimento de voto de pesar pela morte do um líder sindical Rubens Teodoro Arruda, que atuou no Sindicato dos Metalúrgicos com o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Conhecido como Rubão, o sindicalista, segundo Suplicy, atuava na retaguarda, mobilizando as pessoas e foi muito importante para a história da luta dos direitos dos trabalhadores.
Rubão chegou a ser preso durante a greve dos 41 dias dos metalúrgicos em 1980, liderada por Lula. O sindicalista morreu na última terça-feira (9) e deixou esposa, três filhos e quatro netos. O senador Paulo Paim (PT-RS) também assinou o requerimento.
– Após uma vida de lutas e de histórias, Rubão, já aposentado, dedicou seus últimos anos à preservação da memória da luta dos trabalhadores – disse Eduardo Suplicy.
12/07/2013
Agência Senado
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