Suplicy diz que governo precisa preparar-se para eventual crise externa
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse, na sessão plenária deliberativa desta quinta-feira (25), que começa a haver preocupação no mercado com o que fará o Comitê de Política Monetária (Copom) a respeito das taxas de juros, devido às decisões do Federal Reserve (FED) - Banco Central norte-americano - de aumentar os juros. Ele destacou a importância do encontro que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá, nesta sexta-feira (26), com empresários da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, observando que o ideal seria continuar baixando a taxa de juros, processo que vem sendo feito desde o início deste ano pelo governo.
A economia brasileira hoje, observou o senador, está menos vulnerável do que em 2002 às crises internacionais, "mas o país precisa se preparar para eventuais problemas para não ser afetado". Para ilustrar que o país está menos vulnerável, Suplicy disse que o Brasil tem hoje um superávit comercial acima de US$ 40 bilhões e que o balanço de pagamentos de contas correntes também será superavitário este ano pela quarta vez consecutiva. Acrescentou que as reservas internacionais se recuperaram e hoje estão acima de US$ 64 bilhões.
As reservas de outros países em desenvolvimento, observou o senador, são no entanto, bem maiores do que as do Brasil. Entre esses países, citou a China (US$ 875 bilhões) e a Rússia (US$ 226 bilhões).
- Para o tamanho da economia brasileira, sessenta e quatro bilhões de dólares de reservas internacionais é uma soma expressiva, mas poderia ser maior para não estarmos tão preocupados com uma fase de instabilidade internacional como aquela que se avizinha - afirmou.
O governo não deve, segundo o senador, adotar medidas de liberalização cambial crescente que estão sendo examinadas por técnicos do Executivo.
Chirac
Suplicy destacou ainda a visita do presidente da França ao Brasil, Jaques Chirac, e disse que ele e o presidente Lula têm em comum a adoção de programas para combater a pobreza. Chirac, segundo o senador, adotou uma posição firme ao não aceitar a utilização de meios bélicos para derrubar o ex-líder iraquiano Sadam Hussein.
25/05/2006
Agência Senado
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