Suplicy diz que governo tem que observar limites ao definir aumento do salário mínimo



"É importante que consideremos todos os limites que estão sendo observados pelo governo para definir o novo valor do salário mínimo", opinou o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) ao falar depois que diversos senadores criticaram o fato de o reajuste ter ficado 1,73% acima da inflação, ou representar R$ 4 de aumento real. Ele lembrou que o governo tem a responsabilidade de gastar o que efetivamente pode arrecadar e destacou o impacto que o aumento causa no orçamento da Previdência.

O senador por São Paulo concordou com opinião manifestada antes pelo senador Cristovam Buarque (PT-DF) de que seria importante ver a remuneração dos direitos dos trabalhadores em um sentido mais amplo, envolvendo não apenas o que ele recebe pelo seu trabalho diretamente, como o direito que tem a educação, saúde, previdência, qualidade do meio ambiente, lazer e cultura.

Na avaliação de Suplicy, seria importante que, ao definir os próximos aumentos do salário mínimo, o governo passasse a considerar também os valores repassados à população na forma de transferência de renda. O senador lembrou que o projeto que institui uma renda básica de cidadania para cada brasileiro já foi aprovado e manifestou sua esperança de que ele será implantado nos próximos anos.

- Espero que possamos mudar a relação do que atualmente pagamos de juros da dívida pública com o que reservamos para transferência de renda. Em 2003 pagamos, nos três níveis de governo, federal, estadual e municipal, R$ 145 bilhões. Para esse ano é estimado o pagamento de R$ 121 bilhões. Por outro lado, R$ 5,2 bilhões deverão ser repassados em 2004 através do programa Bolsa-Família. É possível que cheguemos, em 2005 ou 2006, a destinar 5% do Produto Interno Bruto (PIB) para distribuir entre cada um dos brasileiros - afirmou Suplicy.



29/04/2004

Agência Senado


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