Suplicy diz que Meirelles e Casseb poderão comparecer à CAE



O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) comunicou que os presidentes do Banco Central, Henrique Meirelles, e do Banco do Brasil, Cássio Casseb, poderão comparecer ainda esta semana ao Senado para prestar esclarecimentos sobre recentes denúncias divulgadas pela imprensa. Os dois, que estão sob suspeita de sonegação fiscal, deporiam na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). No final da tarde desta segunda-feira (2), o senador se encontrou com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, a quem sugeriu que Meirelles e Casseb compareçam ao Senado por iniciativa própria, antes de um convite formal. O ministro teria dito que a sugestão está sendo avaliada.

Suplicy informou que logo que tomou conhecimento das denúncias feitas pelas revistas IstoÉ e Veja, neste final de semana, telefonou para Henrique Meirelles sugerindo que ele tomasse a iniciativa de se oferecer para prestar esclarecimentos aos senadores sobre o teor das denúncias. O senador disse que também conversou com o presidente da CAE, senador Ramez Tebet (PMDB-MS), que teria concordado com os depoimentos, desde que haja um número significativo de senadores em Brasília para participar da reunião.

A revista IstoÉ publicou reportagem segundo a qual Meirelles teria contas a acertar com a Receita Federal. Ele também foi acusado de ter apresentado declarações de rendimentos conflitantes à Receita e à Justiça Eleitoral. Já a Veja publicou matéria baseada em documentos que apontariam para supostas irregularidades no gerenciamento da fortuna pessoal do presidente do Banco Central. Suplicy antecipou que Meirelles garantiu que todos os seus atos estão respaldados pela lei em vigor.

Já o presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb, deverá explicar a compra de R$ 70 mil em ingressos para um show em uma churrascaria em Brasília que teria como objetivo angariar recursos para a construção da nova sede do Partido dos Trabalhadores. A IstoÉ deste final de semana divulgou que Casseb também está sendo investigado pela CPI do Banestado por manter conta bancária em paraíso fiscal sem declarar à Receita Federal.

Suplicy considerou “um procedimento incorreto” a compra, pelo Banco do Brasil, de ingressos que beneficiariam o PT. Ele registrou que a aquisição foi sustada e o dinheiro já voltou para os cofres do banco. Em aparte, o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) considerou que a situação de Casseb é bem diferente da de Meirelles. O senador mineiro comentou que o presidente do Banco Central tem condições de se explicar sobre as denúncias.

Por sua vez, a senadora Heloísa Helena (sem partido-AL) considerou graves todas as denúncias e descartou que esteja havendo “denuncismo irresponsável” por parte da imprensa. Ao contrário, ela viu, nas informações divulgadas, indícios relevantes de crimes cometidos contra a administração pública e defendeu mudanças na legislação, para obrigar toda autoridade pública a prestar esclarecimentos ao Congresso, e não apenas os ministros, como estabelece a lei atual.

Suplicy também elogiou o filme Pelé Eterno, do diretor Aníbal Massaini, e sugeriu aos brasileiros que assistam o documentário, que trata da trajetória do jogador de futebol que foi considerado o Atleta do Século XX.



02/08/2004

Agência Senado


Artigos Relacionados


Suplicy pede que Meirelles e Casseb compareçam ao Senado para esclarecer denúncias

CFC convoca Meirelles e Casseb

Líder do PFL cobra vinda de Meirelles e Casseb

CAE vota pedido de audiência com Meirelles e Casseb

Meirelles e Casseb serão ouvidos em audiência conjunta da CAE com a CFC

Virgílio pede demissão imediata de Meirelles e de Casseb