SUPLICY DIZ QUE MORATÓRIA " NÃO É O PIOR DOS MUNDOS"



O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou que a declaração de moratória da dívida externa brasileira não significaria "o pior dos mundos", uma vez que a moratória é um instrumento utilizado pelos países para renegociar dívidas e não representa uma bancarrota. A declaração foi feita nesta quinta-feira (dia 21), em comentário sobre entrevista de Celso Furtado publicada no jornal Folha de São Paulo na qual, segundo o senador, o economista e ex-ministro avalia que o país caminha para uma moratória da dívida externa. A partir da entrevista, Suplicy revelou a explicação de Furtado para a má reputação da moratória no Brasil. Segundo ele, Furtado diz que o mito de que a moratória é imoral e um calote foi criado pelo economista e deputado Roberto Campos, quando o então presidente Juscelino Kubitschek declarou moratória externa por tempo determinado. As sugestões apresentadas por Furtado para a atual situação econômica seriam uma política de desenvolvimento voltada para a exportação de excedentes, incremento da poupança interna e uma reforma fiscal. "Por que nos vemos obrigados a atender, em primeiro lugar, aos interesses de instituições financeiras internacionais como o FMI?", indagou Suplicy. O senador acredita ser possível compatibilizar desenvolvimento econômico com estabilidade de preços e uma melhor distribuição de renda e de riqueza. No mesmo pronunciamento, Suplicy anunciou que estará fora do país nos próximos dias 26 e 27, atendendo a convite da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para participar de um encontro em Londres, quando será estabelecida uma pauta para os próximos cinco anos abordando políticas de emprego e bem-estar social.

21/01/1999

Agência Senado


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