SUPLICY ELOGIA MOSTRA DE SEBASTIÃO SALGADO SOBRE MIGRAÇÃO NO MUNDO



Lembrando o artigo 13 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que prevê o direito de toda pessoa circular livremente, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) parabenizou, em discurso nesta terça-feira (dia 20), o fotógrafo Sebastião Salgado pela iniciativa de fazer uma exposição de fotos retratando a movimentação de populações no mundo. O senador parabenizou também a iniciativa do fotógrafo de transformar sua própria fazenda em uma reserva ambiental plantando vegetação nativa - 1,3 milhão de árvores - nas áreas de pasto, que vai abrigar ainda um centro de educação ambiental.Suplicy explicou que a exposição de Sebastião Salgado terá 550 fotos e será exibida em vários países simultaneamente, no ano 2000. A temática da exposição gira em torno da movimentação de populações pelo mundo, "com extraordinário aspecto dramático neste final de século". Conforme o senador, a exposição se divide em três subtemas: o êxodo rural para as grandes cidades; a África, sua fome, massacres e degradação ambiental; e os refugiados de guerra. Ele revelou que já chega a 130 milhões o número de pessoas vivendo fora de seus países de origem.Para Suplicy, a exposição, além de revelar a preocupação de Salgado em iniciar uma grande discussão sobre o tema, chega em boa hora, uma vez que está em curso uma globalização econômica que pretende garantir o livre trânsito de bens, serviços e capitais. "E os seres humanos?", indagou o senador. Suplicy defendeu o direito de as pessoas escolherem o país onde queiram viver, estudar ou trabalhar, a exemplo do que já faz a Europa unificada.O senador paulista também apelou ao senador Ramez Tebet (PMDB-MS), relator-geral da proposta orçamentária para 1999, no sentido de rever cortes feitos nos recursos destinados ao IBGE. Segundo afirmou, o IBGE não conseguirá realizar o censo do ano 2000 se o corte de recursos for mantido. Serão necessárias 150 mil pessoas apenas para coletar os dados em todo o país, informou. Suplicy sugeriu ao relator do orçamento que procure saber junto ao IBGE qual é o mínimo necessário para a realização do censo e garanta esses recursos no orçamento. "Precisamos saber como está a situação sócio-econômica dos brasileiros", afirmou.Ele quer que o governo defina logo o patamar mínimo para o estabelecimento da linha oficial de pobreza, de acordo com projeto de lei de sua autoria em trâmite no Senado. "O IBGE poderá informar quantas famílias e pessoas estão vivendo abaixo dessa linha de pobreza e o Congresso Nacional poderia estabelecer metas para resgatar esses brasileiros", explicou Suplicy.

20/01/1999

Agência Senado


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