Suplicy garante: tem mais chance que Lula









Suplicy garante: tem mais chance que Lula
Senador mantém candidatura às prévias do PT e diz que, no segundo turno, só ele pode ganhar de Roseana .

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) garantiu ontem que tem mais condições de vencer a governadora Roseana Sarney (PFL) num eventual segundo turno do que o presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, com quem deverá disputar no dia 3 de março as prévias para a indicação do candidato à Presidência da República. ”Havendo um segundo turno, Roseana vai passar um cortado muito mais difícil disputando comigo do que se o candidato à Presidência for o Lula”, disse.

O senador também afirmou que pode vencer mais facilmente resistências de setores como o empresariado do que seu adversário nas prévias do PT e avaliou que teria uma taxa de rejeição menor do que a de Lula.
“Em alguns aspectos, Lula tenta atingir os mesmo objetivos que nós, mas de uma maneira que causa resistências muito grandes”, ressaltou, referindo-se, entre outros pontos, ao diálogo com o empresariado. “Para conversar com os empresários eu tenho uma facilidade que nem sempre observei no Lula”, disse o senador.

O senador criticou a governadora do Maranhão, ressaltando que ela terá de discutir, por exemplo, o que considerou fracassos do governo Fernando Henrique, como a reforma agrária, a mudança da CLT e a reforma da Previdência.

Suplicy reservou alguns elogios ao ministro da Saúde, José Serra, que será hoje lançado pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, ressaltando que ele ”não será moleza” nesta eleição. “Até já votei no Serra. Para presidente da UNE, em 1963”, revelou. Mas lembrou que algumas das realizações mais elogiadas de Serra como ministro da Saúde são propostas que foram lançadas pelo PT, como o médico de família e o incentivo à produção de genéricos.

Suplicy cobrou a realização de debates com Lula antes das prévias, hipótese que vem sendo rechaçada pela cúpula do PT e pelo próprio presidente de honra do partido, que lidera as pesquisas de intenção de voto com cerca de 30% das preferências do eleitorado. Segundo ele, essa também pode ser uma forma de convencer Lula a adotar propostas como a da renda mínima, formulada pelo próprio Suplicy, que estabelece uma remuneração em dinheiro para todos os brasileiros. Lula, destacou o senador, prefere o programa Fome Zero, com distribuição de cupons de alimentação.

Suplicy assegurou que após 3 de março ele e Lula, seja qual for o resultado das prévias, deverão trabalhar juntos. “Podemos fazer um grande tabelinha, como Pelé e Coutinho”, disse o senador, que torce pelo Santos. O senador reclamou do fato de não ter o seu nome incluído nas pesquisas de opinião para a Presidência da República.


Serra concentrará campanha na retomada do crescimento
O lançamento da pré-candidatura do ministro da Saúde, José Serra, marcado para hoje, abrirá também os debates no governo em torno da definição de uma nova política econômica que terá como foco principal o crescimento sustentado da economia, a definição de uma política industrial e a redução da vulnerabilidade externa do País. O pronunciamento que Serra fará hoje já deverá apontar nesse sentido.

A campanha de Serra, no entanto, evitará cuidadosamente, ao menos no início, críticas abertas à política comandada pelo ministro da Fazenda, Pedro Malan, obedecendo a orientação do presidente Fernando Henrique Cardoso. "O debate não será contra a política econômica atual, mas um debate em torno de idéias", sustenta um assessor do Planalto.

No Palácio do Planalto, o lançamento de Serra comporta dois tipos de análise: ele não irá bater de frente com a atual política econômica e conseguirá aparar as arestas dentro do PSDB.

O ministro não divulgará hoje o seu programa de governo. Entretanto, algumas premissas já podem ser consideradas: o câmbio continuará flutuando e as taxas de juros devem ser gradativamente reduzidas para comportar uma melhor administração da relação dívida líquida/PIB, parâmetro internacional para medir o grau de fragilidade de uma economia. A retomada do processo de queda das taxas de juros poderá ocorrer entre junho e julho, em uma estratégia comum com a equipe econômica para garantir que as eleições transcorram sob o impacto da retomada do crescimento econômico.


Tasso participa de lançamento e PSDB sai unido para a eleição
Os articuladores da candidatura do ministro José Serra conseguiram uma vitória importante: reunirão na solenidade de lançamento, que ocorrerá hoje em Brasília, todas as principais figuras do PSDB. O principal rival de Serra no partido, Tasso Jereissati, confirmou ontem sua presença, que era a mais duvidosa. Também virão a Brasília os governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin, do Pará, Almir Gabriel, e de Goiás, Marcone Perillo.

A presença de Alckmin tem um significado especial. Sucessor do falecido Mário Covas, que era o principal defensor de Tasso e que lhe poderia ter dado a vitória na eleição, Alckmin chegará acompanhado pela família de Covas.

A presença do governador do Ceará foi anunciada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Aécio Neves, que conversou por telefone com Tasso na manhã de ontem. Aécio fez o anúncio na casa do ator Mário Lago, que recebeu a Medalha do Mérito Legislativo. "O Tasso é um homem de partido e estaremos juntos em Brasília, com a convicção de que o PSDB tem condições de vencer a eleição, que será difícil, mas prevalecerá a razão", disse Aécio.

A posição de Serra nas pesquisas eleitorais deverá subir a partir do lançamento da pré-candidatura à Presidência da República marcada para esta quinta-feira em Brasília. A avaliação foi feita pelo governador Geraldo Alckmin, ao confirmar a vinda a Brasília. "O Serra é uma alternativa para o eleitorado, mas não acredito que ele vá disparar nas pesquisas em 24 horas, pois o eleitorado só acompanha os candidatos quando a data da eleição está mais próxima" afirmou Alckmin.


Procon disputa com Banco Central punição a bancos
Instituições financeiras devem cumprir código de defesa do consumidor ou Código Bancário?

Se depender do Banco Central, os clientes de bancos jamais conseguirão resolver seus problemas ou punir as instituições que descumprirem as regras bancárias ou de atendimento aos correntistas. Quem afirma é Maria Dagmar Freitas, diretora-superintendente do Instituto de Defesa do Consumidor (Procon-DF), que acredita ser o Código de Defesa do Consumidor a melhor saída para clientes insatisfeitos.

"O Banco Central jamais se preocupou com a questão do consumidor e se encarrega apenas de regular a atividade bancária", afirma Dagmar, acirrando a polêmica que se instalou sobre a competência das punições aos bancos por possíveis descumprimentos às regras bancárias ou de atendimento ao cliente.

A afirmação de Dagmar, na verdade, é uma reação à declaração de Sérgio Darcy, diretor de Normas do Banco Central, que disse ontem ser atribuição exclusiva do BC punir as instituições financeiras. A diretora do Procon, no entanto, discorda e diz que se o BC realmente se preocupasse com o consumidor já teria resolvido a situação de milhares de pessoas prejudicadas por consórcios irregulares.

Os bancos concordam com Sérgio Darcy. Tanto que a Confederação Nacional das Instituições Financeiras entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal questionando a obediência dos bancos ao Código de Defesa do Consumidor amplo, porque têm regulamentação própria. "Não acredito que esta ação tenha sucesso. O Banco Central quer tomar para si uma atribuição que é dos Procons", reclama Dagmar.

No meio da polêmica, o consumidor busca o cam inho que considera mais fácil na hora de resolver seus problemas. O técnico em informática Marcos Soares, 26 anos, não teve dúvida. Soares admite desconhecer a central de atendimento do Banco Central e, por isso, procurou o Procon para obter esclarecimentos sobre o financiamento de um automóvel. "Quero quitar antecipadamente um carro e o banco me ofereceu um desconto dos juros muito pequeno", conta.
Segundo Dagmar, os bancos ficaram em segundo lugar no ranking de reclamações ao Procon-DF no ano passado (com 7.425 atendimentos), atrás apenas do setor de serviços. "Conseguimos resolver 95% dos casos", afirma ela.

No Banco Central, de acordo com Sérgio Darcy, em 2001 foram registradas cerca de 25 mil reclamações em todo o Brasil, com o mesmo percentual de resolução.

Conversa é primeira medida
Uma das formas que o Procon-DF encontrou para forçar os bancos a cumprir suas determinações foi a criação de uma espécie de lista dos maiores infratores dos direitos do consumidor. Segundo Maria Dagmar Freitas, diretora-superintendente do Procon-DF, o futuro correntista pode consultar o número telefônico 1512 antes de abrir uma conta.

Em geral, o Procon, inicialmente, procura a instituição financeira para uma negociação. Se não obtiver um resultado satisfatório, ameaça com a lista ou multa o banco.

A multa varia de 200 a 3 milhões de Ufirs, algo em torno, hoje, de R$ 212 a R$ 3,19 milhões. As maiores reclamações se referem a cobranças irregulares, siglas incompreensíveis nos extratos e filas demoradas.

No Banco Central, o primeiro passo para resolver um problema é também a tentativa de negociação. Em segundo lugar, vem a abertura de processo administrativo, que pode levar até nove meses para ser finalizado.

Existem hoje 140 funcionários do BC responsáveis pelo atendimento ao público, em dez localidades no País. As reclamações podem ser feitas pessoalmente, nas centrais, ou pelo 0800-992345; e-mail ([email protected]); ou telefone (61-321-9453).
Na página do BC na Internet (www.bcb.gov.br) é possível conhecer os endereços de todas as centrais de atendimento e os telefones de outras localidades.

BC também divulgará lista
A exemplo do que já faz o Procon-DF, o Banco Central anunciou ontem que vai divulgar todos os meses, a partir de abril, em seu site na Internet, uma lista dos dez piores bancos e administradoras de consórcio em relação ao atendimento ao cliente.

A lista dos bancos será feita com base nas reclamações de consumidores recebidas pela central de atendimento do BC no mês anterior a cada divulgação.

"O objetivo é dar mais transparência ao trabalho dos bancos", explicou a diretora de Fiscalização do BC, Tereza Grossi, acrescentando que a lista também trará os prazos que eles costumam demorar para solucionar os problemas dos clientes.

O diretor de Normas do BC, Sérgio Darcy, acha que a competência para editar regras sobre atendimento bancário é do Conselho Monetário Nacional (CMN) e do Banco Central e não dos Procons.

Com base em argumento semelhante, a Confederação Nacional do Sistema Financeiro (Consif) entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) no final do ano passado para pedir imunidade ao Código de Defesa do Consumidor. Ainda não há decisão sobre o assunto.

Os principais motivos de reclamação ao BC contra os bancos em 2001 foram mau atendimento, uso obrigatório de caixa expresso, demora para exclusão de cadastro de cheques sem fundos e reajuste de tarifas. Em 2002, já há queixas sobre filas.

Serviços, os campeões de queixas
O campeão em reclamações dos consumidores ao Procon-DF é o setor de serviços, que compreende qualquer trabalho remunerado, como bombeiro hidráulico, eletricista e até mesmo serviços bancários.

No ano passado, foram 16.162 queixas somente neste item. Em geral, os consumidores reclamam de serviços não prestados ou incompletos.

No total, o Procon-DF recebeu 35.121 reclamações no ano passado. Em segundo lugar no ranking dos atendimentos estão os bancos (7.425), seguidos do setor de produtos (5.445), que inclui qualquer bem móvel ou imóvel, como eletrodomésticos, veículos, mobiliário e vestuário.
"Desde 1998, a procura ao Procon vem aumentando gradativamente", diz Oswaldo Morais, diretor de Atendimento do Procon-DF.

Segundo ele, o consumidor está cada vez mais exigente e conhecedor de seus direitos. Por outro lado, diz Morais, as empresas estão se adequando ao Código de Defesa do Consumidor, criado em 1990, o que tem garantido a resolução de 95% dos casos.

Os 5% restantes são encaminhados para a Justiça comum, como juizados especiais, Delegacia do Consumidor e Delegacia de Defraudações e Falsificações.

Quem quiser apresentar alguma reclamação ou realizar uma consulta deve comparecer à central de atendimento do Procon-DF, no Venâncio 2000, bloco B 60, 2° andar, ou a um dos postos localizados nas cidades do DF. Os endereços podem ser obtidos pelo telefone 1512.
O consumidor deve levar cópia da Carteira de Identidade e documento que comprove a reclamação, como nota fiscal, recibo ou contrato.

Para resolver o problema, primeiro o Procon tenta negociar pelo telefone. Se não obtiver resultado, o atendente notifica a empresa e o reclamante para comparecerem a uma audiência de conciliação.

Os atendimentos solucionados são arquivados e os que não o são devem ser encaminhados à fiscalização do órgão e, posteriormente, se for o caso, para o departamento jurídico, responsável pela aplicação de multas.


Cartel dos postos pode perder guerra
Redes independentes furam bloqueio e forçam redução dos preços da gasolina, que já começam a cair abaixo de R$ 1,49 por litro.

Parece mentira, mas não é. Alguns postos já baixaram o preço da gasolina. Ontem mesmo, três estabelecimentos do Distrito Federal vendiam o combustível a R$ 1,49 o litro. A previsão do Sindicato dos Postos de Gasolina do Distrito Federal (Sinpetro) é que hoje a maioria dos postos apresente preços reduzidos. Pelo menos outros 13 postos vão diminuir o preço do combustível: a rede Gasoline anunciou que também mudaria os preços a partir da meia noite.

Segundo o presidente do Sinpetro, Carlos Rech, quem procurar vai achar gasolina mais barata. "Esperava que fosse levar mais tempo, mas como a Petrobrás reduziu o custo os outros terão que seguir para não perder clientes", afirma Rech. De acordo com ele, a pressão do governo e da população foram decisivos para que a redução viesse antes do previsto.

No primeiro posto do DF a cobrar o novo preço, o posto Parque da Cidade, no Setor de Indústrias Gráficas, o movimento aumentou 50%. Segundo o gerente Rogério Almeida, o posto ainda está trabalhando com a gasolina de preço mais alto, mas a tática era atrair consumidores. "O posto tem só três meses optei por reduzir minha margem de lucro em 6% e ganhar clientes", explica.

Para os consumidores as faixas anunciando gasolina à R$ 1,49 o litro foram uma surpresa. A revisora Simone Moreira do Nascimento, 49 anos, afirma que não acreditava mais em redução. "Levei até um susto quando vi o preço", diz Simone.

O posto Shell vizinho preferiu acompanhar a antecipação. Segundo a gerente, Renata Tardim de Abreu, a queda no preço foi uma orientação da distribuidora. "Somos uma franquia e não temos autonomia para mudar o preço é a distribuidora que resolve isso", afirma.

ANP investigará a manipulação
A Agência Nacional do Petróleo abrirá uma investigação sobre a existência de cartel das empresas que exploram postos de gasolina no Distrito Federal, em Palmas, no Tocantins, em Recife e em Manaus. Luiz Augusto Horta, diretor da ANP, revelou ontem que a agência deve encaminhar ainda hoje à Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça uma nota técnica, acompanhada de farta documenta ção, para abrir as investigações sobre manipulação dos preços de combustíveis.

O inquérito começará com as denúncias sobre de formação de cartel em Palmas e Recife. Os pedidos para investigação no Distrito Federal e em Manaus serão encaminhados logo em seguida, de acordo com Horta. O diretor da ANP disse que os preços continuam caindo, mas segundo ele ainda há espaço para queda maior.
Ontem mesmo, uma liminar concedida pela juíza Márcia Helena Ribeira Pereira Nunes, da 3ª Vara Federal do Rio, determinou que a Agência Nacional do Petróleo divulgue diariamente – além dos preços, como já faz hoje – as margens de distribuição e revenda dos combustíveis praticadas nos postos de gasolina.


Artigos

Nossa indústria sem chaminé
Sylvio Guedes

Somente a região espanhola da Catalunha, cuja capital é Barcelona, recebeu no ano de 2001 quase 16 milhões de turistas. Desses, 9,5 milhões eram estrangeiros. A Catalunha, para quem não tem a exata noção espacial, é um território menor, bem menor que Alagoas ou Sergipe, nossos menores estados. Só que lá o turista encontra serviços quase impecáveis, uma rede hoteleira profissional e que não lhe arranca os olhos da cara, restaurantes, bares, museus, atrações bem cuidados e limpos, guias treinados – enfim, a indústria sem chaminé (como era antigamente chamado o turismo) funciona, sem trocadilhos, a pleno vapor.

E no Brasil? Já faz muito tempo que o governo criou a Embratur, empresa destinada a fomentar a indústria do turismo no País. Também já se passaram décadas desde que incentivos fiscais e outras mutretas eram oferecidas a empresas dos mais diversos portes (mas sempre com excelentes relações com o poder) para a instalação de empreendimentos turísticos nas regiões Nordeste e Norte brasileiras. Muitos deles, após desfrutar de benesses e deixar de pagar impostos, deram em nada. Os recursos públicos acabaram desperdiçados.

Não que a Embratur ou o Ministério do Esporte e Turismo não faça nada. É que, diante do tamanho do desafio e do potencial gerador de empregos e riquezas, faz-se muitíssimo pouco para movimentar essa atividade econômica capaz, facilmente, de resgatar o Nordeste de sua miséria atávica, ou oferecer à Amazônia a possibilidade de um – usemos uma expressão da moda – desenvolvimento sustentável. Ainda hoje, com tantas lindas cidades e praias, vemos os turistas estrangeiros concentrarem sua presença em meia dúzia (no máximo) de destinos – Rio, Salvador, Fortaleza... o que mais?

O governo federal, que define com a anuência do Congresso os recursos a serem aplicados nas várias áreas do País, poderia se mirar no exemplo de países, como a própria Espanha que, de forma decisiva e planejada, realizaram um investimento de longo prazo, iniciado ainda nos anos 70, com o final da ditadura de Franco, para transformar-se em um dos maiores destinos turísticos do mundo.

Ou bem o Brasil, de uma vez por todas, encara com seriedade a tarefa de construir uma estrutura turística de primeiro mundo no País ou vamos continuar vivendo de migalhas de um multimilionário mercado mundial, ávido por novas experiências, destinos interessantes, paisagens deslumbrantes, aventuras, boa comida, belas praias, sol, tempo bom, nada de terremotos e furacões ou terrorismo. Será que a descrição acima acende alguma luz na Esplanada?


Colunistas

CLÁUDIO HUMBERTO

Globo: comprando na baixa
Conflito de interesses, no mínimo: depois de colocar a sua máquina de jornalismo ajudando a estraçalhar a cartolagem, com a ajudinha extra do ministro Carlos Melles (Esporte e Turismo), a Rede Globo agora quer comprar na baixa o desmoralizado futebol brasileiro: propôs à CBF reduzir em 30% o valor dos contratos – em vigor – para transmitir torneios como Rio-SP e Copa do Brasil, e os amistosos da seleção.

Te cuida, Roseana
Apadrinhados por FhC, que não conseguiu fazê-los trocar Roseana Sarney por José Serra, Nizan Guanaes e Antônio Lavareda serão os marqueteiros da reeleição do presidente boliviano Jorge Quiroga. A eleição, lá, será em junho, quando aqui a campanha estará nas ruas.

O medo do PFL
O alto comando pefelista morre de medo que os tucanos desçam do muro para atacar o Murad, maridão de Roseana Sarney, cujo rabo de palha – reza a lenda – corresponde à distância entre São Luís e Brasília.

FhC amanhã
José Serra, tudo indica, adotará o slogan: “Esqueçam o que ele fez.”

Macunaio Baiano
A bajulação de Popó em ACM é tão sincera quanto sua agressão aos ex-empresários baianos, que investiram na sua carreira e foram trocados por um Arthur Pelullo, figura manjada no submundo do boxe americano. Para ganhar a ação que cobra dele um calote de R$ 5 milhões, por descumprimento de contrato, aliou-se a ACM e tenta nocautear a Justiça.

Lobby aquaviário
O novo presidente da Agencia Nacional de Transportes Aquaviários, Carlos Alberto Nóbrega, está sob pressão de políticos de Minas para trocar o técnico Roberto Dickson, dono de importante cargo da agência, pela a filha de um almirante. Por trás do lobby está a Docas, empresa marítima mineira (!), que não possui navios, mas tem amigos no poder.

Ela vence Lula
Enquete no site claudiohumberto.com.br mostrou que Lula (40%) venceria José Serra (20%), num eventual segundo turno para presidente, mas 40% dos votantes não querem saber de um ou do outro. Na simulação com Roseana, por enquanto ela tem 52% contra 30% de Lula.

Serra é isso aí
Piorou, e muito, o relacionamento entre José Serra e a revista Veja. Motivo: o presidenciável tucano não gostou da matéria de seis páginas exaltando suas virtudes, esta semana. Para entender a cabeça complicada de Serra: ele queria mais. Queria ser capa, como Roseana.

É só coincidência?
Pode ser coincidência, mas as cenas da novela “O Clone”, gravadas no Parque dos Lençóis, no Maranhão, foram exibidas na mesma noite de estréia dos novos comerciais do PFL, badalando Roseana. E, cá pra nós, por que não gravaram as cenas, por exemplo, no Pelourinho da Bahia?

Vassourada
Implacável e discreto, o novo ministro de Comunicação Social, João Roberto (Bob) Vieira da Costa, está se livrando da turma do antecessor, Andrea Matarazzo, atual embaixador em Roma. Já demitiu uma dezena, alguns sob suspeita de realizar negócios com a verba publicitária oficial.

Entre amigos
O governador paulista Geraldo Alckmin foi à inauguração, ontem, dos estúdios da Rádio Kiss FM. A concessão da emissora foi para a cidade de Arujá, no interior, mas a sua antena está plantada em plena Avenida Paulista, na capital. Nada como ter amigos: o deputado José de Abreu (PTN-SP), um dos donos, é ligado ao ministro Pimenta da Veiga (Comunicações).

Atração turística
“O melhor lugar para se esconder”, dizem os outdoors em Auckland, Nova Zelândia. Não se trata do Brasil, mas da praia em Coromandel, que para atrair turistas colocou Bin Laden sentado numa cadeira na areia, lendo a revista Time. A Secretaria de Turismo local diz que poucos reclamaram dos cartazes, vistos por 150 mil motoristas diariamente.

A parte do Leão
A discussão sobre o preço da gasolina lançou luz sobre o tamanho do confisco no bolso do contribuinte. Só de ICMS, o consumidor paga 34% a mais em cada litro, na bomba, embora o Estado nada tenha com a distribuição ou a comercialização. Carga tributária maior que a dos Emirados Árabes, segundo lembra o pensador gaúcho Paulo Santana.

Cardoso no xilindró
Homônimo do presidente da República, o mineiro Fernando Cardoso, preso na DP do Horto, em Belo Horizonte, teve habeas-corpus negado pelo Superior Tribunal de Justiça. Ele está detido desde março de 2000 “em condições indignas”, segu ndo a defesa, que pediu prisão domiciliar. Em 1992 ele foi condenado por furto e, em 1995, por tráfico de drogas.

Se a moda pega...
Deputados mineiros querem CPI para investigar a sonegação de impostos dos cartórios de títulos e registro civil. É resultado de denúncias no ano passado, envolvendo várias “máquinas de fazer dinheiro”, passadas de pai para filho, de sogro para genro e assim por diante.

Poder sem Pudor

Malandragem eleitoral
Na campanha de 1958, Mauro Borges Teixeira era candidato a deputado em Goiás. Na véspera da eleição, milhares de telegramas foram enviados a líderes políticos do estado, assinado por Pedro Ludovico:
– Meu filho Mauro Borges Teixeira está com eleição garantida. Descarregue votação no nosso honrado e querido Anísio Rocha.

Ludovico nunca enviou o telegrama, claro, mas, se a malandragem não derrotou Teixeira, serviu para que Rocha fosse o segundo mais votado.


Editorial

MENOS ÁLCOOL, MAIS PAZ

ALei Seca vai chegar à Ceilândia. A adoção da medida fazparte do novo plano contra a violência na cidade e é uma das principais reivindicações da população, que sabe melhor do que ninguém que o abuso do álcool está intimamente ligado ao aumento da criminalidade. A maioria dos bares vai fechar às 22h, mas o novo administrador da cidade, Milton Barbosa, deverá adotar horários de fechamento diferenciados para bares que funcionam em áreas residenciais e comerciais.

Milton Barbosa foi administrador do Riacho Fundo, onde a Lei Seca foi adotada, e sabe melhor do que ninguém como a medida deve ser adotada. Ele sabe, também, que o simples fechamento mais cedo de bares, quiosques, biroscas e demais estabelecimentos que vendiam bebidas alcoólicas até alta madrugada, foi responsável por uma queda expressiva dos índices de criminalidade.

Bares que funcionam noite adentro são locais onde a violência pode passar a imperar de uma hora para outra. São também lugares onde marginais de toda a espécie se reúnem.

O fechamento em horários diferenciados, o que poderá separar o joio do trigo, deverá ter o mesmo efeito de diminuir os índices de criminalidade sem que os comerciantes sejam prejudicados. De qualquer forma, a chegada da Lei Seca em Ceilândia é uma boa notícia para toda a população de lá e uma providência oportuna e corajosa do governo do DF.


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01/17/2002


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