Suplicy lamenta crescimento do sentimento de impunidade e banalização do crime no país



O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) lamentou em Plenário, nesta quinta-feira (dia 10), o sentimento crescente de impunidade, banalização do crime e abandono de princípios de honestidade que assola o país. "Existe um elo invisível entre o político que abusa da imunidade parlamentar para burlar a lei, o cidadão que pára em cima da faixa de pedestre e o bandido que mata", observou, argumentando que todos estão unidos pelo fato de terem descumprido a lei e se comportado de forma anti-ética.

Ao defender o respeito incondicional à lei, preceito que considera fundamental para a vida em sociedade, Suplicy invocou os desdobramentos da apuração da fraude no painel eletrônico do Senado. Reafirmando sua impressão de que os senadores Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Roberto Arruda (sem partido-DF) não revelaram toda a verdade sobre seu envolvimento no episódio, o senador petista sustentou que ambos transgrediram, não só a Constituição, mas o Código de Ética e Decoro Parlamentar.

Preocupado com os rumos da investigação, Eduardo Suplicy fez um alerta "sobre um movimento gravíssimo visando a impunidade e o acobertamento" dos fatos examinados pelo Conselho de Ética. E advertiu que o governo estaria adotando postura semelhante ao tentar impedir a instalação da CPI da Corrupção. "Espero que o presidente Jader Barbalho (PMDB-PA) tenha um comportamento consistente com o que anunciou quando assinou o requerimento da CPI", declarou.

Em aparte ao parlamentar petista, o senador Sebastião Rocha (PDT-AP) lançou dúvidas sobre a hipótese de não haver interesse pela lista de votação após a cassação de Luiz Estevão. Rocha questionou qual teria sido a postura do então presidente da Casa, senador Antônio Carlos Magalhães, se o resultado da sessão fosse favorável a Estevão. "Será que ele usaria a lista para anular a votação?, indagou.

Rocha também condenou a decisão do presidente Fernando Henrique Cardoso de interferir na vontade dos parlamentares e tentar inviabilizar a CPI do Corrupção. Na sua opinião, essa CPI não pode ser vista como "desestabilizadora" do país. "Ela pode ser ruim para o governo, mas não para o país", afirmou, confiando na disposição do Senado de "encarar essa situação de frente e, com sensatez política, instalar a CPI".

10/05/2001

Agência Senado


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