Suplicy lamenta falecimento de Augusto Boal
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) apresentou nesta segunda-feira (4), em Plenário, requerimento de pesar pela morte do diretor teatral, dramaturgo e ensaísta Augusto Boal, ocorrida no último dia 2, no Rio de Janeiro.
Nascido em 16 de março de 1931, no Rio de Janeiro, Augusto Boal tornou-se um dos nomes mais importantes do teatro brasileiro, ficando conhecido mundialmente como ator e diretor de teatro.
Formado em Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1950, Boal viajou em seguida para os Estados Unidos, onde estudou artes cênicas na Universidade de Columbia
De volta ao Brasil, em 1956, passou a integrar o Teatro de Arena de São Paulo e trabalhou também no Teatro Oficina. Dirigiu, entre outras peças, Ratos e Homens, de John Steinbeck, que lhe rendeu o prêmio de revelação da Associação Paulista dos Críticos de Arte; Eles Não Usam Black-Tie, de Gianfrancesco Guarnieri; e Chapetuba Futebol Clube, de Oduvaldo Vianna Filho. Boal também foi o diretor do espetáculo Opinião, com Zé Ketti, João do Vale e Nara Leão, que passou para a história como um ato de resistência ao regime militar.
Preso e exilado em 1971, Boal prossegue sua carreira no exterior, inicialmente na Argentina, onde permanece cinco anos, e desenvolve a estrutura teórica dos procedimentos do teatro do oprimido - um método teatral cujos principais objetivos são a democratização dos meios de produção teatrais, o acesso das camadas sociais menos favorecidas e a transformação da realidade através do teatro.
Boal retornou ao Brasil em 1984 e, no ano seguinte, dirigiu o musical O Corsário do Rei, com músicas de Edu Lobo e letras de Chico Buarque.
- [Era] Daqueles que vão ao fundo das coisas, que fazem experiências, que não tem medo de transformar o estabelecido. Tanto é que no dia 27 de março Augusto Boal recebeu da Unesco o título de Embaixador Mundial do Teatro - lembrou Suplicy.
Para o senador, o trabalho de Augusto Boal permanecerá entre todos os que se dedicam ao teatro e aqueles que descobrem na dramaturgia um meio para transformar a realidade da vida para melhor, assim como ele próprio preconizava.
Na presidência dos trabalhos, o senador Mão Santa (PMDB-PI) disse que a morte de Augusto Boal representa a perda de um dos principais ícones culturais do país. Em aparte, o senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) disse que o teatrólogo ganhou respeito no mundo inteiro, tendo em vista a maneira revolucionária com que atuou em relação ao teatro.
Suplicy, Mão Santa e Garibaldi também expressaram solidariedade aos estados nordestinos que se encontram em estado de calamidade publica devido as enchentes.
04/05/2009
Agência Senado
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