Suplicy lê em Plenário carta que enviou a ministros do STF em defesa de Battisti
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) informou ao Plenário, nesta terça-feira (10), ter levado, em mãos, uma carta ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, na qual expressa sua convicção de que o italiano Cesare Battisti não é culpado das acusações de assassinato que sobre ele pesam.
Suplicy afirmou que teve sua convicção formada pelos argumentos apresentados nos diversos encontros que teve com a historiadora francesa Fred Vargas. Após cinco anos de pesquisa sobre o caso, Vargas concluiu que não existe nenhuma prova material do envolvimento de Battisti com as mortes a ele atribuídas. A historiadora revelou a existência de relatos de 13 casos de tortura na formação do processo; delações premiadas suspeitas; além da presença de falsos mandatos visando dar aparência de legalidade à condenação.
Suplicy leu a íntegra de sua carta, encaminhada, igualmente, aos outros dez integrantes do tribunal superior. A ela, o senador anexou outro documento, firmado por Fred Vargas, em que a historiadora detalha suas pesquisas e afirma que os fatos a levam a concluir que Cesare Battisti jamais teve direito a uma defesa regular.
O senador ressaltou ter tido uma entrevista pessoal com Battisti em janeiro último. No encontro, o ativista político lhe garantiu que não tem nenhuma relação com as mortes de que é acusado. Teria dito, inclusive, haver deixado o grupo a que pertencia, Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), porque havia decidido "nunca utilizar uma arma para matar ou ferir qualquer ser humano", segundo relato de Suplicy.
O senador por São Paulo aconselhou Battisti que escrevesse também uma carta explicando sua situação aos ministros do STF, que vão julgar o pedido de extradição feito pelo governo da Itália.
Falando, pela ordem, logo depois de Suplicy, o senador Papaléo Paes (PSDB-AP) disse que considera equivocada a decisão do governo brasileiro de "dar asilo a um assassino". Ele defendeu a extradição de Cesare Battisti. Também o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) se disse estarrecido com o fato de o governo brasileiro conceder a Battisti uma prerrogativa que não foi dada aos dois atletas cubanos que haviam solicitado asilo político ao Brasil, quando do Pan-americano de 2007.
10/02/2009
Agência Senado
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