Suplicy pede política salarial mais justa para professores



Ao discursar na sessão de homenagem ao Dia do Professor, nesta quinta-feira (15), o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) citou estudo do economista Antônio Luiz Monteiro que demonstra que os professores no século 21 têm remuneração inferior ao que recebiam os professores do século 19, no Brasil imperial. Para Suplicy, apesar de a educação ser o tema central nas falas dos palanques dos que disputam cargos para o Executivo e para o Legislativo, o principal ator para o sucesso da educação, o professor, não tem o prestígio social e político que merece.

- A remuneração dos professores é, historicamente, o gargalo da política educacional - afirmou o senador, para quem o respeito e reconhecimento por parte da sociedade para a importância do professor deveriam ser traduzidos em condições dignas de salário e de trabalho.

O senadorlamentou o fato de existirem professores que recebem, muitas vezes com atraso, um salário menor do que o salário mínimo vigente (R$ 465,00), mesmo que seja detentor de formação superior completa. Para ele, esta situação é um contra-senso, já que a formação e a valorização docente "tomam dimensão de prioridade tanto nas demandas da sociedade quanto nas ações políticas".

A seu ver também, ao contrário do que se imaginava, a instituição do piso salarial do professor, em R$ 950,00 não resolveu esses problemas, tendo surtido efeitos inesperados junto aos que trabalham na área educacional. Segundo ele, os secretários de educação manifestaram preocupação com a possibilidade de o piso trazer conseqüências negativas para as contas públicas.

- Isto é uma evidência da dificuldade de trazer o que se deseja para a realidade. Como almejar educação de qualidade para a população brasileira se nossos estados não conseguem ou não querem pagar uma diária de R$ 31,00 ou R$ 3,80 por hora de trabalho de seus professores? - indagou Suplicy.

Ele finalizou cumprimentando todos os professores e professoras das diversas regiões do Brasil que, conforme frisou, "dedicam-se com extraordinário amor e vontade para fazer cada um de seus alunos dar passos para que o Brasil se torne uma nação melhor".



15/10/2009

Agência Senado


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