Suplicy pede reflexão sobre a campanha da CNBB pela preservação da Amazônia



 O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) convidou os parlamentares a refletirem sobre a Campanha da Fraternidade da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) deste ano, cujo enfoque é a Amazônia, sob o lema "Vida e Missão neste Chão." O senador leu a carta enviada aos senadores pelo secretário-geral da CNBB, dom Odilo Pedro Scherer, em que o religioso aponta os prejuízos causados à Amazônia com a exploração da floresta "por grandes e pequenos interesses, com graves danos ao patrimônio do povo brasileiro".

Dom Odilo afirma ainda, na carta aos senadores, que "continuar a depredar e a destruir a Amazônia, e qualquer outro bioma, é uma insensatez e grave falta de responsabilidade e fraternidade". A fraternidade, explica o religioso,"promove a partilha e a sustentabilidade".

Na correspondência, o secretário-geral da CNBB propõe um novo modelo de exploração sustentável, baseado em uma nova ética adequada para a convivência com a natureza, pautada no zelo e na comum responsabilidade, que leve em conta os povos da floresta, entre os quais os indígenas, quilombolas, caboclos, nativos, migrantes, populações ribeirinhas e gente das pequenas e grandes cidades da Amazônia. Tais povos estariam, conforme explicou o religioso, "habitualmente esquecidos ou vítimas de violência e derramamento de sangue decorrentes de conflitos pela posse e exploração da terra, agravados pela ausência do Estado".

Além disso, diz dom Odilo, em sua carta, pessoas dedicadas às causas sociais como a missionária Dorothy Stang e o sindicalista Chico Mendes, tornam-se vítimas fatais desses conflitos.

"Os interesses e a sede de lucros da economia globalizada se projetam sobre a Amazônia e seus povos de maneira inexorável, como um rolo compressor, não respeitando a vida, a cultura e o direito desses povos", alerta dom Odilo em sua carta.

Suplicy endossou as propostas da CNBB para que sejam postas em prática políticas públicas capazes de respeitar as "muitas raças e culturas" da Amazônia.

O parlamentar elogiou ainda a iniciativa da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) de homenagear a ministra do Meio Ambiente Marina Silva nesta quinta-feira. Para Suplicy, a ministra, ao obter êxito na redução dos índices de desmatamento estaria em "comunhão de propósitos" com a CNBB e merece uma homenagem no Dia Internacional da Mulher.

Suplicy disse ainda acreditar que os homens, nas diversas organizações, deveriam alternar os cargos com as mulheres, pois com seu "olhar diferente" elas podem contribuir para a melhor qualidade do trabalho.

Em aparte, o senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou que o Brasil só será um país justo "no dia em que as mulheres tiverem os mesmos direitos e oportunidades que os homens".



08/03/2007

Agência Senado


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