SUPLICY QUER SOLUÇÃO PACÍFICA PARA CONFLITO NO IRAQUE
Preocupado com a "atitude do governo brasileiro de expressar ou insinuar apoio ao possível e cada vez mais anunciado ataque militar dos Estados Unidos ao Iraque", o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) defendeu hoje (dia 11) a necessidade de o presidente Fernando Henrique Cardoso empenhar esforços no sentido de se encontrar uma solução pacífica para esse impasse. Ponderou o senador que as últimas declarações vindas do Executivo contrastam com o compromisso assumido por outros países de buscar negociações pela via diplomática.
Ele chamou a atenção para trechos de entrevista do presidente, apresentada na última segunda-feira (dia 9) pela TV Senado, que, "para um observador atento", indicam uma predisposição em apoiar o ataque. "Será que FHC está atrás dos elogios e afagos da única superpotência existente?", questionou Suplicy, referindo-se a considerações feitas por Carlos Heitor Cony na Folha de São Paulo de hoje (dia 11).
- Na postura do governo Fernando Henrique, preocupa-nos a combinação de subserviência com dubiedade. Até mesmo o presidente Collor teve uma atitude mais adequada do que a que está tendo o atual governo - declarou o senador, ponderando que a tradição do país sempre foi a de propor acordos pacíficos em situações de conflito. Lembrou Suplicy da posição independente mantida pelo governo brasileiro a respeito da intervenção militar no Iraque em 91, "em que pese tivesse havido uma grande coalizão de países".
Na opinião do senador, a atitude do presidente da República e do ministro das Relações Exteriores, Luiz Felipe Lampreia, tem sido ambígua. Eduardo Suplicy acredita que Fernando Henrique deveria agir como outros presidentes no passado, que recordaram aos então chefes de Estado dos EUA os princípios basilares da diplomacia brasileira assinalados na Constituição, como o da não-intervenção, o da igualdade entre Estados, o da defesa da paz e o da solução pacífica dos conflitos.
Em aparte, o senador Gerson Camata (PMDB-ES) discordou do posicionamento de Suplicy, por acreditar que o presidente Fernando Henrique está tentando resolver o impasse da melhor maneira. "Devemos pedir o cumprimento da resolução e não pedir ao outro país que não faça ameaças", argumentou.
Já o senador Pedro Simon (PMDB-RS) apoiou as considerações de Suplicy e defendeu a necessidade de a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado manifestar-se sobre o "infeliz pronunciamento" do ministro Luis Felipe Lampreia. "Claro que somos contrários à guerra bacteriana e favoráveis à decisão da ONU, mas daí a esse tipo de ameaça", ponderou.11/02/1998
Agência Senado
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