Suplicy registra encontro entre Lula e Alan García e diz confiar na integração sul-americana
Dizendo acreditar no avanço da integração econômica entre os países da América do Sul, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) considerou importante o encontro do presidente eleito do Peru, Alan García, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na última terça (13). O parlamentar, em pronunciamento nesta quarta-feira (14), enalteceu a disposição de Lula para intermediar um maior entendimento entre García e Hugo Chávez, presidente da Venezuela, país que recentemente tornou-se membro pleno do bloco Mercosul. Chávez apoiou o adversário de García nas eleições peruanas.
Suplicy destacou a importância da adesão da Venezuela ao Mercosul para a integração do continente. O senador explicou que a Venezuela desde já integrará a delegação do Mercosul em negociações comerciais com outros países ou grupos de países e contará com prazo de quatro anos para adotar a tarifa externa comum do bloco e, assim, fazer parte da união aduaneira do bloco.
O parlamentar disse não ser procedente a preocupação de um possível isolamento econômico do Brasil, sem a concretização da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), idealizada pelos Estados Unidos, e do Acordo de Livre Comércio com a União Européia. A seu ver, os acordos propostos pelos europeus e norte-americanos eram desiguais: "propiciavam pouco acesso adicional a mercados nas áreas em que o Brasil é competitivo - agricultura e indústrias tradicionais, por exemplo - e faziam muitas exigências em áreas delicadas, como tratamento dos investidores estrangeiros, serviços, licitações públicas e patentes".
Segundo Suplicy, mesmo sem o estabelecimento de áreas de livre comércio com esses blocos, o comércio exterior brasileiro com países desenvolvidos cresceu 60% entre 2002 e 2005. Além disso, destacou os acordos firmados, por meio do Mercosul, entre Brasil e Colômbia, Peru e Equador.
- Com a entrada da Venezuela, o Mercosul passa a representar cerca de 75% do PIB [Produto Interno Bruto] da América do Sul. Argentina, Brasil e Venezuela não rejeitam o comércio crescente com os desenvolvidos, obviamente, mas não querem aceitar acordos que interfiram com a autonomia nacional na condução de políticas estratégicas, essenciais para o desenvolvimento - disse.14/06/2006
Agência Senado
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