Suplicy sugere cautela com obras no Senado e Heráclito diz que ainda não foi tomada decisão sobre o assunto



Carta do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) ao presidente do Senado, José Sarney, pedindo cuidado com "gastos vultosos" em eventuais obras na Casa, levou a um protesto por parte do 1º secretário, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), e do senador Papaléo Paes (PSDB-AP), integrante da Mesa Diretora como 1º suplente no biênio 2006-2008.

O protesto se deu durante o discurso proferido por Suplicy na tarde desta segunda-feira (9) - ocasião em que a carta foi lida pelo parlamentar petista. Nela, Suplicy fez menção a matéria publicada pelo jornal Correio Braziliense, em que se afirma, segundo Suplicy, "que o 1º secretário, senador Heráclito Fortes, está disposto a construir um novo anexo para o Senado Federal orçado em R$ 140 milhões". Heráclito também teria dito ao jornalista, conforme a matéria citada por Suplicy, "que pode ser levado adiante o velho sonho de construir mais um prédio com o dinheiro arrecadado com a eventual venda por R$ 200 milhões da gestão da folha de pagamento dos servidores para algum banco".

Apesar de o senador por São Paulo ter classificado sua carta como "observação construtiva", Heráclito reagiu afirmando que Suplicy foi "leviano" ao escrever carta a Sarney sem antes consultá-lo sobre a veracidade do conteúdo da reportagem.

- Vossa Excelência expôs um colega e o Senado - reclamou o 1º secretário. Heráclito disse que apenas teve "uma conversa informal" com o jornalista Leandro Colon, autor da matéria do Correio Braziliense, e que não foi tomada nenhuma decisão sobre obras na Casa.

Em solidariedade a Heráclito, Papaléo Paes reprovou a atitude de Suplicy, por entender que o parlamentar pelo PT deu crédito a uma matéria de jornal que "denigre" o Senado.

Em sua defesa, Suplicy considerou desnecessariamente agressivas as palavras de Heráclito, uma vez que não teria dado como certas as obras, mas apenas feito um alerta sobre a necessidade de um debate sobre o assunto. Além disso, lembrou na carta a disposição do 1º secretário de imprimir uma administração com transparência, o que já tinha levado à suspensão de licitações em andamento.

Battisti

Num segundo pronunciamento que fez em seguida, já na condição de líder do PT, Suplicy defendeu a solução adotada pelo governo em relação ao o ex-militante italiano Cesare Battisti, cuja permanência no Brasil será decidida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O Ministério da Justiça considera Battisti um refugiado político.

O senador paulista fez a leitura de opiniões sobre o assunto, inclusive do jurista Dalmo Dallari. Para este último, não há provas de que Battisti tenha cometido crimes na Itália, o que poria por terra o pedido de extradição do governo italiano com base na acusação de terrorismo.



09/02/2009

Agência Senado


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