Suplicy sugere mudanças em atos que disciplinam jornada de trabalho no Senado



O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) sugeriu nesta quarta-feira (14) mudanças que considera importantes no Ato da Comissão Diretora nº 7/2010 e no Ato da 1ª Secretaria nº 15/2010, que disciplinam horários e jornada de trabalho dos servidores do Senado. Ele entende que alguns artigos desses atos deveriam ser mais bem explicitados, notadamente aqueles que se referem a casos especiais.

- Há duas disposições nesse Ato da Comissão Diretora nº 7 que chamaram muito minha atenção. A primeira é a instituição da jornada de trabalho de seis horas corridas, sem esclarecer o caráter e as situações excepcionais que dizem respeito a uma medida dessa natureza - assinalou.

Para Suplicy, não haveria como justificar a "alta remuneração" para os servidores do Senado com uma jornada de seis horas corridas. Segundo ele, implementada de forma genérica, essa jornada pode conduzir a uma distorção que somente se justificaria se o servidor recebesse remuneração proporcional às horas trabalhadas.

- As exceções, necessárias em alguns casos, que julgo podem estar contempladas na jornada de trabalho diferenciada, devem estar descritas em Ato da Mesa Diretora. Deixá-las ao alvedrio do diretor-geral, mediante proposta de cada chefe de setor, pode repetir erros conhecidos por todos nós - afirmou.

A outra sugestão do senador refere-se ao artigo que cria a "jornada por tarefa" e concede ao diretor-geral a prerrogativa de aprovar planos de gestão dos órgãos interessados em estabelecer jornada por resultados. Suplicy disse que esse artigo concede "um excessivo poder" ao diretor-geral, possibilitando "inconcebíveis desvirtuamentos" da jornada de trabalho.

Como exemplo ele citou o caso de um servidor que, em horário normal de expediente, esteja ministrando aulas em cursos preparatórios ou em faculdades, enquanto outro, no mesmo setor de trabalho, com o mesmo salário, esteja na sua estação de trabalho por mais de dez horas.

- Tenho defendido na Subcomissão de Reestruturação Administrativa que o diretor-geral deve ser apenas o executor das decisões tomadas pelo Conselho de Administração, que é um órgão colegiado. Será que, novamente, vamos incorrer nos mesmos erros do passado? Não vamos aprender com nossas próprias falhas? - indagou.

Suplicy também sugeriu que sejam definidos claramente quais são os servidores que deverão cumprir a jornada de trabalho de seis horas corridas e quais são as suas atividades. Ele ainda quer que esses servidores não recebam remuneração integral, mas um valor proporcional às horas efetivamente trabalhadas.

O senador também se posicionou contrário à dispensa do registro do ponto concedido a alguns funcionários. Segundo Suplicy, o registro de frequência dos servidores do Senado "é uma conquista da sociedade" e não pode haver exceção. Ele sugeriu que sejam definidas quais são as situações excepcionais e realmente necessárias para autorizar a realização de serviço extraordinário e de serviço noturno.



14/07/2010

Agência Senado


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