Taleban convoca "guerra santa"



Taleban convoca "guerra santa" O Taleban convocou uma "guerra santa" contra qualquer país que ataque o Afeganistão. O líder Munhammad Omar também alertou os países vizinhos para o "extraordinário perigo" ao qual estarão sujeitos se ajudarem os Estados Unidos na retaliação aos ataques ocorridos no dia 11. No controle de quase todo o território afegão o movimento extremista islâmico é acusado de proteger o milionário saudita Osama bin Laden, o principal suspeito dos atentados. O vizinho Paquistão já prometeu "cooperação total" contra o terrorismo, mas não definiu como ajudará os EUA. Depois da autorização dada pelo Congresso para usar força militar máxima em resposta aos ataques terroristas, o presidente George W. Bush declarou, em seu pronunciamento semanal de rádio, que o país está "em guerra". Também prometeu uma "ampla e sustentada" campanha militar. (pág. 1) * O dia inteiro, enquanto via as imagens horríveis na televisão e observava a fumaça pela janela, fiquei pensando no equilibrista Philippe Petit, que caminhou na corda bamba entre as torres do World Trade Center em 1974. Um homem dançando em um arame a mais de uma milha do solo - um ato de beleza indelével. Hoje, o mesmo ponto se tornou um lugar da morte. (pág. 1 e cad. Especial, pág. 16) * Com base na profunda indiferença popular, foram erguidas por arquitetos de elite as imensas torres de aço da política externa norte-americana. O horror em Manhattan parece ter mudado essa atitude. Subitamente, irrompe um grito de gargantas meio sufocadas com a poeira e os destroços e de milhões de pessoas no resto dos Estados Unidos: "Vingança!". (pág. 1 e cad. Especial, pág. 15) * Segundo Bush, que passa o final de semana reunido com o conselho de segurança, os países terão de escolher um dos dois lados nessa "guerra". O governo convocou cerca de 35 mil reservistas. Um destróier, com lançador de mísseis, já deixou base militar dos EUA no Japão. (pág. 1 e cad. Guerra na América) * Hollywood se especializou em fazer da tragédia um espetáculo, mas acostumou o americano a acreditar que, em situações-limite, seria salvo pelo herói. Dessa vez, não houve Indiana Jones. No Brasil, o seqüestrador do ônibus 174 soltou o berro lancinante: "Isto não é Hollywood". O mesmo poderia ser dito das cenas do dia 11 de setembro. (pág. 1 e cad. Especial, pág. 16) * Ninguém acha que a economia dos EUA seja profundamente instável. A euforia desapareceu e não voltará aos níveis de 99, mas, nas ameaças, os americanos se unem em torno de suas bandeiras. O futuro pode parecer incerto, mas as perspectiva econômicas não são tão sombrias quanto os céus de Nova York possam nos ter levado a crer. (pág. 1 e A3) * Tensão, silêncio, pouca mudança na segurança. O primeiro vôo Brasil-Nova York após a tragédia estava quase vazio. No vôo, os talheres são de plástico e uma equipe de TV é impedida de gravar. A comissária-chefe diz: "Você só pode fazer perguntas às comissárias sobre o cardápio ou suas necessidades fisiológicas". Depois da aterrisagem em Nova York, o piloto agradeceu: "Obrigado por sua coragem e por confiar em nós, da America Airlines". Algumas comissárias choraram ao se despedir dos passageiros. (pág. 1 e cad. Especial, pág. 7) Editorial "Marcha insensata" Há um efeito do ataque terrorista da última terça-feira que, mesmo sendo menos brutal, se afigura perversamente inelutável: o recrudescimento do ódio ao diferente. Os resultados das investigações apontam todos na direção do arquiterrorista Osama bin Laden. Mas, confirmados os indícios, as conseqüências desse ato insano não recairão apenas sobre ele e seus asseclas. Já há notícias preocupantes dando conta de que a Comunidade Islâmica dos EUA está sofrendo perseguições. É bastante provável que a sanha de norte-americanos atinja igualmente árabes não-mulçumanos e grupos de centro-asiáticos de todas as religiões. Não é desprezível nem mesmo a hipótese de um crescimento da xenofobia em geral, contra imigrantes de todas as partes do mundo. (pág. A-2) Colunistas Painel FHC encomendou na semana passada à Advogacia Geral da União (AGU) um estudo sobre a viabilidade da implantação do parlamentarismo no Brasil. * Segundo o Planalto, a intenção de FHC é prepara o caminho para que o sistema parlamentar de governo possa ser implantado no País a partir de 2006. * Relator do caso Jader Barbalho e um dos maiores defensores do peemedebista paraense, João Alberto notabilizou-se no Maranhão por dizer que o seu governo era "90% honesto". (pág. A-4) Topo da página

09/16/2001


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