Taques pede informações adicionais sobre reforma do Maracanã



A Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) aprovou, nesta terça-feira (10), dois requerimentos de informações sobre a obra de reforma do Estádio do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014. Os pedidos foram feitos pelo senador Pedro Taques (PDT-MT) e se dirigem ao Tribunal de Contas da União (TCU) e ao Ministério dos Esportes.

O parlamentar decidiu pedir esses esclarecimentos após analisar processo do TCU sobre a operação de crédito realizada entre o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) e o governo do Rio de Janeiro para financiamento da reforma do Maracanã.

Delta

Taques disse não ter encontrado indícios de superfaturamento na obra. Entretanto, observou que o TCU ressalta, em certo trecho do relatório, haver divergência entre os orçamentos encaminhados pelo governo do Rio de Janeiro e os valores contratados com as empreiteiras vencedoras dessa licitação.

- Trata-se de consórcio no qual participa a empresa Delta Construções S.A., atualmente objeto de investigações na CPMI Vegas, e cuja atividade empresarial deve suscitar extremo controle. Mesmo que se tenha confirmado a retirada dessa empresa do consórcio, os precedentes de irregularidades em que se envolveu tornam recomendável um exame criterioso de suas contratações recentes, em especial as de grande porte – considerou Taques.

A partir desta convicção, o senador sugeriu enviar requerimento ao TCU para que informe se os preços efetivamente contratados pelo governo do Rio de Janeiro foram ajustados para corresponder aos do orçamento analisado pelo tribunal.

Desoneração fiscal

Outra questão levantada por Taques refere-se à possibilidade de a obra – como as dos demais estádios que estão sendo construídos ou reformados para a Copa do Mundo de 2014 – estar sendo beneficiada pelo regime de desoneração fiscal estabelecido pela Lei nº 12.350/2010.

– A concessão desse benefício implica uma redução considerável do custo dos insumos e serviços adquiridos pelos construtores, o que exige o reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos celebrados aos preços do mercado corrente, por exigência da Lei nº 8.666/1993 (Lei de Licitações) – ponderou.

Como a Lei nº 12.350/2010 delega ao Ministério do Esporte a competência para definir e aprovar os projetos que se enquadram nesse regime especial de tributação, Taques recomendou pedido de informações à pasta sobre os projetos beneficiados pelo regime e se os contratos celebrados foram reequilibrados do ponto de vista econômico-financeiro à desoneração fiscal aplicada aos insumos dessas obras.

Os dois requerimentos foram apresentados por Pedro Taques por meio de voto em separado à matéria. O próprio relator ad hoc, senador Ivo Cassol (PP-RO), – que havia recomendado o simples conhecimento e arquivamento do processo – concordou que as providências sugeridas são importantes para estimular a CMA a exercer seu papel fiscalizador na gestão de recursos públicos.



10/07/2012

Agência Senado


Artigos Relacionados


Pedro Taques pede à Valec informações sobre irregularidades em obras

Pedro Taques pede informações sobre intervenção no Banco Cruzeiro do Sul

Taques pede informações ao procurador-geral sobre indicado para Conselho do Ministério Público

Pedro Taques pede reforma em agências reguladoras

Em janeiro, reforma do Maracanã chega a 35% de execução

Reforma do Maracanã para a Copa atinge 39% de avanço físico