Távola acusa o PT de ser dúbio em suas manifestações políticas



O líder do governo, senador Artur da Távola (PSDB-RJ), disse nesta quarta-feira (12) que o Partido dos Trabalhadores e seu candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, têm que se definir: se vencer a eleição, o candidato do PT imporá um governo estatizante, com ações antiempresariais, ou será a esquerda moderna que o marketing de campanha tenta vender à opinião pública? "Será o Lula lá, ou o Dula lá?", perguntou Távola, fazendo uma fusão do nome do publicitário Duda Mendonça, responsável pela campanha do candidato petista, com o do próprio Lula. O líder do governo classificou Duda Mendonça como "marqueteiro".

Artur da Távola discursou em resposta ao senador José Eduardo Dutra (PT-SE), que defendeu Lula das acusações de que o marketing de campanha estaria distorcendo a verdadeira tendência do PT. O líder do governo disse que a tese central do PT tem sido o calote da dívida externa, a elevação da carga tributária e as ações antiempresariais, como ocorreu no Rio Grande do Sul, quando o governador Olívio Dutra impediu a implantação de uma fábrica da Ford:

- O PT sempre jogou com duas estratégias, a eleitoral, que se diz moderna, e a que se mostra defensora de um Estado máximo, intervencionista, e não um Estado mediador entre as forças sociais. O PT sempre acusou o presidente Fernando Henrique Cardoso de estar nos braços da direita, de fazer o jogo dos grandes capitais internacionais, sempre votou contra as propostas do governo aqui no Congresso, mas o PT que vemos na campanha eleitoral não é esse, a maquiagem está feita.

Artur da Távola lembrou que o governo vem lutando para reverter um caos instalado por vários anos de incúria administrativa, com a necessidade de US$ 20 bilhões por ano para fechar as contas externas, com um déficit previdenciário de R$ 11 bilhões por ano, sempre com o voto contrário do PT no Congresso Nacional. "Afinal, se o Lula vencer, é Lula lá, ou Dula lá?", encerrou o líder do governo.



12/06/2002

Agência Senado


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