Mercadante acusa elite de discriminar manifestações dos menos favorecidos



O líder do governo no Senado, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), classificou como discriminação da elite as "críticas agressivas" contra manifestações e atos de segmentos sociais menos favorecidos, como os sem-teto, os sem-terra e os índios, que lutam pelos seus direitos. Ele reportou-se à história do município de São Paulo para lembrar que, há 500 anos, a Câmara de Vereadores registrava críticas dos seus integrantes à construção de palafitas pelos índios locais em área urbana. O fato, observou, já demonstrava o temor das classes dominantes contra os avanços da justiça social.

Para o líder, hoje a situação não é diferente. As invasões atuais refletem o aumento da intolerância das camadas mais pobres contra sua própria situação de miséria e contra o distanciamento das conquistas materiais usufruídas pela minoria. Por outro lado, ressalvou Mercadante, é necessário atentar para o ordenamento jurídico, de forma a garantir o respeito às leis, para evitar o agravamento das crises e o descontrole da situação por parte do Estado.

Mercadante advertiu que as mortes de 29 garimpeiros ocorridas em Rondônia, atribuídas aos índios Cinta-Larga da Reserva Roosevelt, devem ser investigadas com cautela, antes de condenar precipitadamente os indígenas. A seu ver, interesses desconhecidos podem ter originado a chacina, uma vez que a reserva hoje é objeto da ambição de traficantes de diamantes.

O senador finalizou ressaltando que os índios estão cansados de serem colonizados e vilipendiados pelo homem branco, que reduziu suas populações à um número ínfimo por meio de matanças indiscriminadas.



20/04/2004

Agência Senado


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