Távola: distorções da sociedade de consumo explicam casos como o do índio Galdino Pataxó
- O que há por dentro de um processo que leva segmentos das classes dominantes brasileiras a se sentir com força e poder a ponto de incendiar uma pessoa, - pobre, índio, negro, o que fosse - deitada, desprotegida à noite? O mesmo País que massacrou centenas de nações indígenas, autóctones, porque estavam aqui antes do Descobrimento, no fundo estava refletido no ato daqueles jovens - teorizou.
O senador aponta os valores impostos pela sociedade de consumo como causas de comportamentos extremos como o praticado pelos jovens de Brasília, em abril de 1997. Ele sustenta que a evolução tecnológica observada no país, desde a metade do século passado, provocou mudanças de comportamento. "É uma sociedade que não carrega valores de vida, mas ela necessita desses valores de vida", sintetiza o senador. E para ele, apenas a educação terá a capacidade de reverter este quadro.
- Diante de uma sociedade tão vertiginosa, tão sedutora, tão carregada de bens, o ser humano precisa de cada vez mais inteligência, mais lucidez, mais valores, que não são mais adquiridos quando se está adulto, a não ser por um esforço pessoal formidável e dignos de elogios. Eles são adquiridos na escola - afirmou.
O caso do índio Galdino insere-se, na avaliação de Artur da Távola, em "um caldeirão de complexidades". O preconceito racial, muitas vezes citado em análises sobre o caso, talvez não seja maior do que o desprezo pelos excluídos da sociedade, avaliou o senador.
Em aparte, o senador Iris Resende (PMDB-GO) apoiou o pronunciamento de Artur da Távola.
12/11/2001
Agência Senado
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