Telecentros acessíveis inserem pessoas com deficiência no mercado de trabalho



O Programa Acessibilidade Brasil e o Ministério do Trabalho e Emprego apresentaram em seminário, nesta quarta-feira (23), a metodologia de atendimento e acesso de pessoas com deficiência em telecentros - espaços informatizados para a população carente utilizar computadores e acessar a Internet - que deve servir de base para a adaptação ou a construção de outros. Um dos principais objetivos da ação é possibilitar às pessoas com deficiência acesso aos bancos de dados da Internet para sua inclusão no mercado de trabalho, além do simples acesso à informação.

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O seminário está sendo realizado até esta quinta-feira (24) no auditório Petrônio Portela do Senado. O projeto-piloto do programa foi desenvolvido em Taguatinga, região administrativa do Distrito Federal.

A utilização de softwares livres, a escolha dos equipamentos e de tecnologia e mobiliário e até a determinação do local da construção dos telecentros estão sistematizados no estudo e poderão ser distribuídos para toda a população gratuitamente, explicou a representante do Ministério do Trabalho, Tatiana Scalco. Ela destacou o esforço do governo para a implementação da acessibilidade dos telecentros, que fazem parte da política nacional de inclusão digital e que agora podem ser utilizados para a busca de empregos.

O presidente da organização da sociedade civil de interesse público (oscip) Acessibilidade Brasil, Guilherme Lira, explicou que a estratégia de construção deve obedecer a um tripé: infra-estrutura, com investimento em equipamento físico e lógico; preparação de funcionários para o atendimento aos portadores de deficiência; e integração com a comunidade local, que vai divulgar a existência do telecentro.

- Em um ano, atendemos mais de doze mil pessoas, sendo quatro mil somente de pessoas com deficiência. Era uma demanda reprimida - explicou.

Existem quase três mil telecentros em todo o Brasil, mas o primeiro adaptado é o de Taguatinga. A representante da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, Carolina Sanchez, ressaltou a importância de se pensar os próximos telecentros já com os elementos de acessibilidade, pois o custo de adaptação é muito maior do que a construção com acessibilidade para deficientes visuais, auditivos ou físicos, por exemplo. O valor da obra, neste último caso, eleva-se somente em 1%, acrescentou.No Brasil, existem cerca de 25 milhões de pessoas com deficiência.

Programas

José Antônio Borges, integrante do Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explicou alguns dos mecanismos desenvolvidos, como os programas Motrix e DosVox, de síntese de voz, que já são utilizados por mais de 15 mil brasileiros e são gratuitos. Também explicou que o Ministério da Educação tem programas como o de distribuição de notebooks para estudantes cegos do Ensino Médio, para tornar acessíveis livros, por exemplo. E citou que um dos seus sonhos é a criação da Rádio Telecentro, integrando todas as unidades do Brasil.

- É a partir do sonho que se constrói a realidade - disse Borges.



23/05/2007

Agência Senado


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