Teotônio alerta para risco de apagão
Para manter os níveis de crescimento projetados pelo governo até o final da década, o Brasil precisará produzir 18% a mais de energia elétrica. Para isso, destacou o senador Teotônio Vilela Filho (PSDB-AL), será preciso construir cerca de 62 novas hidrelétricas. Elas já estão projetadas, mas foram iniciadas as obras de apenas 22 delas.
- A segurança energética do país depende do início das outras 40. Do contrário, o apagão é certo, ainda que São Pedro continue a colaborar com o entusiasmo demonstrado nos dois últimos anos - alertou.
Teotônio assinalou que, na venda de uma geladeira, um chuveiro elétrico ou um aparelho de ar-condicionado, o país tem que fazer a provisão correspondente de energia. No caso das indústrias eletrointensivas, como a de alumínio, o consumo de energia elétrica chega a ser maior que o de residências de estados inteiros do Nordeste, frisou.
- A usina de Tucuruí, no Pará, foi construída basicamente para atender a uma fábrica de alumínio - disse.
Inoperância
Para o senador, a falta de planejamento de médio e longo prazos é um dado que preocupa, "porque se há uma coisa que não casa com o atual governo é agilidade. Parece que na atual administração federal a unidade de tempo é o mês. Daqui a um mês, daqui a seis meses...", comentou. Ele disse ainda que a preocupação maior é com a decisão do Ministério de Minas e Energia de insistir na estatização e burocratização do setor, aumentando as incertezas de investimento e de parceria privada.
- No início das discussões do Fome Zero, aquele programa que só se via na televisão e nas falas do governo, uma das questões mais relevantes era o que fazer com a fortuna de R$ 50 distribuídos mensalmente por família. Para evitar que os nordestinos desviassem esse capital todo para supérfluos iogurtes ou bebidas, alguém teve a brilhantíssima idéia de exigir nota fiscal para todas as compras. Não tenho muita certeza se o programa já acabou ou ainda existe em algum comercial de TV, mas com certeza o ministro caiu antes de chegarem as primeiras notas fiscais - concluiu.
20/09/2004
Agência Senado
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