Arthur Virgílio cobra medidas do governo federal para evitar risco de apagão em Manaus
O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) alertou para o risco de que Manaus (AM) e o parque fabril da Zona Franca sofram colapso de energia. Já extremante crítico, o abastecimento de energia elétrica tende a se agravar, segundo acentuou, com o aumento da demanda no segundo semestre. O senador pediu em Plenário, na sessão desta sexta-feira (28), providências imediatas por parte do governo federal para evitar a ameaça de apagão.
- Advirto ao Ministério de Minas e Energia que o apagão em Manaus ameaça acontecer brevemente, a menos que algo mais consistente venha a ser feito - afirmou o senador.
De acordo com Arthur Virgílio, desde o racionamento de energia em 1997, pouco ou quase nada foi feito, a não ser uma portaria de 2003, da ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, que, em sua opinião, serve apenas para reconhecer a gravidade da situação.
A responsabilidade pela situação é principalmente do governo federal, no entendimento do senador. Ele informou que o abastecimento do mercado energético da capital do Amazonas é de responsabilidade da Manaus Energia, subsidiária da Eletronorte, portanto, do governo federal. A companhia responde por 39% da energia da capital e mantém contratos com produtores independentes, que fornecem os 61% restantes.
Arthur Virgílio alegou que o Ministério de Minas e Energia vem adotando somente soluções paliativas, como a transferência de pequenas unidades geradoras, contratadas pela Comercializadora de Energia Emergencial (CBEE). Essas pequenas unidades, informou o senador, são instaladas inadequadamente em bairros populosos.
O senador se disse preocupado também com estudos realizados pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea) do Amazonas, segundo os quais a Manaus Energia espera concluir, até janeiro de 2005, a contratação de produtores independentes, devendo trocar 230 megawatts, a atual capacidade geradora, por 150 a 175 megawatts de produtores a serem contratados.
Para Arthur Virgílio, falta planejamento estratégico no setor elétrico do estado. Exemplo disso, citou, foi a licitação programada pela Manaus Energia, mas suspensa por liminar, dando liberdade de escolha dos locais de instalação de usinas, a tecnologia, o combustível fóssil a ser usado e a configuração de cada unidade. De acordo com Arthur Virgílio, a pulverização das usinas torna inviável a utilização do gás natural - fonte de energia abundante no estado, nas reservas de Urucum, que possibilita um menor custo de operação, além de ser fonte não poluente de energia elétrica.
- Dessa forma, pode-se constatar que a colocação dessas unidades geradoras de pequeno porte para o suprimento a Manaus, através de contratos de longo prazo (20 anos), além de não constituir solução estrutural para o abastecimento da capital, inviabiliza a introdução do gás natural na matriz energética - argumentou.
28/05/2004
Agência Senado
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