Teotônio Vilela Filho lembra memória de seu pai, o "Menestrel das Alagoas"
Os 19 anos da morte do ex-senador Teotônio Vilela foram lembrados da tribuna pelo senador Teotônio Vilela Filho (PSDB-AL), filho do chamado -Menestrel das Alagoas-, considerado um dos maiores políticos do país. Para ele, se vivo estivesse, Teotônio Vilela, após ter ajudado a conquistar a anistia política, concedida em 1979, lutaria por uma anistia econômica e social ainda mais abrangente para milhões de brasileiros, -mutilados em sua cidadania e violentados até em seu direito de esperança-.
Na opinião do senador, o velho Teotônio, -um conquistador de liberdades políticas-, seria hoje um guerreiro dos direitos sociais. O motivo é que seu pai não suportaria o apartheid social que, observou, distancia cada vez mais as pessoas, -ameaçando a unidade política da própria nação-.
- Ninguém desconhecerá que muito já se fez, mas todos reconhecerão que há muito a fazer, para que todo brasileiro tenha não apenas a liberdade constitucional de ir e vir, mas tenha, sobretudo, a chance econômica e a possibilidade social de chegar a algum lugar, de ser alguém na vida, de assumir ele próprio seu futuro e seu destino. Esse é o desafio maior que nos impõem a história e a trajetória de Teotônio, sua pregação e sua esperança, sua luta e seus sonhos - sentenciou.
Teotônio Vilela Filho lembrou que seu pai, no auge do regime militar, sempre lutou pelas garantias dos direitos humanos. Mais: lutou de peito aberto pela anistia política e, como um visionário, já vislumbrava a realização da Constituinte e as eleições diretas para presidente da República, como ocorreram.
Para o senador, quanto mais o tempo passa, mais se valoriza o que foi pregado por seu pai ao longo dos anos. Democracia plena, recusa à cooptação e, entre outras coisas, respeito aos direitos individuais.
Teotônio Vilela Filho disse esperar que o país possa oferecer aos seus filhos não apenas uma democracia formal, mas a plena cidadania:
- Acredito que não sonhamos sozinhos esse sonho de um Brasil mais justo e solidário. Sonhamos juntos o sonho que será penhor de futuro e conquista de nosso povo. Sonhamos juntos o sonho da justiça, da esperança. Sonhamos juntos o sonho de Teotônio das Alagoas, dos oprimidos, de todos os excluídos, do Teotônio dos que têm fé e esperança, do Teotônio do Brasil - desabafou o senador.
28/11/2002
Agência Senado
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